Nos dias 8 e 9 de novembro, mais de três milhões de venezuelanos participaram de 145.465 assembleias de bairro para eleger os novos Comitês Bolivarianos de Base Integral (CBBI), a maior estrutura de organização popular do continente no século XXI.
A iniciativa, promovida pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), representa não apenas a renovação de sua estrutura interna, mas também o fortalecimento da organização da população venezuelana no sentido do combate ao imperialismo diante das mais recentes ameaças por parte dos Estados Unidos.
Com a criação dos CBBI, o PSUV adota uma arquitetura organizativa que parte do território, da rua, do bairro, exatamente onde o povo trabalhador vive. É um modelo composto por três níveis:
- Comités Bolivarianos de Base Integral: núcleo mínimo de organização popular;
- Comandos de Comunidades Bolivarianas Integrales: coordenação comunitária;
- UBCH – Unidades de Batalla Chávez: instâncias consolidadas do partido.
Os comitês terão funções de formação política, mobilização, organização comunitária. Cada organismo deverá estudar as principais obras de Simón Bolívar e O Livro Azul, de Hugo Chávez, textos sobre a história da libertação latino-americana que serão lidos para fortalecer a Revolução Bolivariana e a luta contra o imperialismo como um todo.
Durante o V Congresso do PSUV, o partido aprovou uma série de resoluções sobre a mobilização popular. Entre elas: avançar no processo constituinte, articulando os 27 setores sociais do país; transformar governos estaduais e municipais a partir de métodos de planejamento popular; fortalecer os novos comitês populares como base real de organização; aprimorar a defesa integral da nação, diante das constantes ameaças golpistas e tentativas de desestabilização; ampliar o poder de decisão do presidente do partido, Nicolás Maduro, para garantir a unidade estratégica do processo.
O presidente Nicolás Maduro destacou que a reorganização partidária expressa o vigor da Revolução Bolivariana. Enquanto a direita venezuelana, financiada e guiada pelos Estados Unidos, se isola cada vez mais, o chavismo aposta corretamente na mobilização da população.
A proposta de Maduro para o próximo período é ainda maior: chegar a 264 mil comitês, cobrindo praticamente todas as ruas da Venezuela. Trata-se de um modelo organizativo que quase nenhum país no mundo possui e que nenhum governo submisso ao imperialismo ousaria implantar.





