Após sua 56ª Convenção Anual, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) – entidade encarregada de defender publicamente a ação do governo Netaniahu contra o povo palestino e de perseguir de forma policialesca os militantes de esquerda que denunciam o genocídio – realizou, no último dia 8, no Clube Hebraica, em São Paulo, um jantar comemorativo que reuniu alguns dos principais nomes políticos da direita nacional, como os governadores Tarcísio de Freitas(SP), Cláudio Castro(RJ), Ronaldo Caiado(GO), Eduardo Leite(RS); o senador Efraim Filho(PB), o prefeito paulistano Ricardo Nunes, o ex-governador João Dória, o ex-prefeito Gilberto Kassab, os parlamentares Kim Kataguiri e Tábata Amaral, entre outras. Curiosamente, foi revelado pela imprensa que o presidente Lula enviou sua Assessora Especial, Clara Ant, para participar do evento golpista.
Dossiê das boas relações
Antes do jantar, Ant se reuniu com representantes da Conib e entregou um caderno de 24 páginas com o título “Destaques da relação entre Lula, Israel e a Comunidade Judaica“. O material buscou mostrar aos sionistas que o presidente Lula sempre teve uma atitude amistosa com “Israel”; que, em 2010, foi o primeiro presidente brasileiro a visitar aquele país em viagem oficial. Lista notas do Itamaraty condenando “atos de antissemitismo” e “atentados contra “Israel”, inclusive os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023”. O material traz fotos de Lula com lideranças sionistas, sendo a da capa uma visita ao Museu do Holocausto, em Jerusalém.
Romper relações com “Israel”
A bajulação aos sionistas, de nada adiantou. O evento foi claramente um ato de apoio aos pré-candidatos da direita, contra Lula e contra o povo brasileiro.
O episódio comprova que a política do Partido dos Trabalhadores(PT)e da maioria da esquerda, de frente ampla, de aliança com a burguesia e com o imperialismo, tem sido a responsável por colocar o próprio governo Lula e a classe trabalhadora na defensiva diante dos ataques da direita golpista.
Ao invés de organizar a resistência contra esses setores, a esquerda se ajoelha diante dos sionistas, como ficou muito evidente nos últimos dois anos do genocídio contra o povo palestino, em que não houve qualquer ação concreta do governo brasileiro contra os criminosos israelenses.
É necessária outra política. Romper relações diplomáticas e comerciais com o Estado de “Israel” e, ao invés de alianças com a direita golpista, organizar a classe trabalhadora de forma independente na defesa de seus interesses imediatos e históricos.





