Nesta quinta-feira (13), a emissora libanesa Al Mayadeen noticiou ter obtido o novo relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear iraniano.
O relatório é de autoria de Rafael Grossi, que ocupa a posição de diretor-geral da AIEA desde 2019. Sob a direção dele, a agência da ONU espionou durante anos o Irã e seu programa nuclear, e repassou a “israel” e ao imperialismo informações que foram utilizadas em ataques ao país, em especial na Guerra de Junho, quando várias instalações nucleares iranianas foram bombardeadas, bem com assassinadas várias autoridades envolvidas com o programa militar.
Com o fim Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), acordo para impedir o desenvolvimento do programa nuclear iraniano, em troca do alívio de sanções, o novo relatório da AIEA aborda o programa nuclear no âmbito do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
Conforme noticiado por Al Mayadeen, o relatório de Grossi avisa que o Irã foi informado, em 7 de novembro de 2025, de que o Irã teria a obrigação de permitir à agência fiscalizar novamente o programa nuclear iraniano, no âmbito do chamado “acordo de garantias”, um acordo obrigatório firmado entre um país e a AIEA quando o país adere ao TNP acordo que permite à AIEA verificar que o material nuclear de um país está sendo usado apenas para fins pacíficos, e não para o desenvolvimento de armas nucleares.
Em resposta, o Irã comunicou à agência, no dia 11 de novembro, que qualquer futura cooperação depende de uma decisão do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, o que marca uma mudança no acesso da agência ao programa nuclear iraniano.
Al Mayadeen informa também que, em seu relatório, a AIEA reclama de ter perdido “continuidade de conhecimento” a respeito dos estoques de material nuclear previamente declarados pelo Irã em instalações militares atingidas pelos ataques do sionismo e do imperialismo.
Após ter espionado para “israel”, Grossi, em seu relatório, diz que o Irã acumulou uma quantidade de urânio altamente enriquecido que permanece não verificada pela IAEA desde meados de junho de 2025, o que constitui um problema crítico de cumprimento do acordo de garantias do TNP, afirmando que o país precisaria ter um “engajamento mais construtivo” para que a AIEA implemente de forma plena e efetiva o acordo de garantias.
Citando o relatório, Al Mayadeen informa que o Irã não enviou ainda à agência um relatório especial sobre o status dos materiais nucleares e instalações danificadas por ataques militares, que é uma exigência do novo acordo.
Em outras palavras, a agência novamente prepara o terreno para que o imperialismo e o sionismo ataquem o Irã, sob o pretexto de o país estar desenvolvendo armas nucleares.
A emissora libanesa também informa que o relatório revela uma reunião trilateral entre Irã, China e Rússia com Rafael Grossi, ocorrida antes de reunião do Conselho de Governadores da AIEA que será realizada em Viena, nos dias 19 a 21 de novembro, reunião em que será discutido o acordo de garantias.
Conforme Al Mayadeen, Rússia e China são atores principais no contexto do programa nuclear iraniano, e “decidem em grande medida como a situação vai se desenvolver”.





