No texto Mesmo 26 bilionários não conseguiram impedir: estaria o novo prefeito de Nova York abrindo uma onda progressista global?, publicado pelo Brasil 247, Zihao Gao celebra a vitória do “socialista democrático” Zohran Mamdani, eleito prefeito da cidade norte-americana de Nova Iorque. O entusiasmo do articulista, ao ver uma “nova esquerda ancorada na vida real” na capital do capitalismo, comete o erro fundamental de identificar a esquerda com um candidato dos donos do mundo.
O texto do 247 celebra o candidato por ter “desmontado a lógica vazia de slogans identitários e recolocado o foco na sobrevivência material das maiorias”.
Mas quem é esse cidadão que tem um discurso esquerdista? Ele é um defensor do povo trabalhador? De jeito nenhum. Ele é um candidato de um dos maiores especuladores do mundo, financiado pelo filho de George Soros, que atualmente comanda os empreendimentos do pai. George Soros é a pessoa que tem no seu currículo o maior número de golpes de estado do século XX. Ele é um profissional do golpe a serviço de uma política neoliberal. É um erro fatal para a esquerda identificar-se com um candidato deste naipe.
O entusiasmo com o foco em “aluguéis, comida, transporte, creche” esconde que o financiador do candidato é um agente de um sistema que promove o genocídio econômico. Quando falamos em política neoliberal, estamos falando de uma política de morte. O dado brasileiro, que não é excepcional, é muito significativo: na época do governo Fernando Henrique Cardoso, o grande expoente do neoliberalismo no Brasil, morriam 50 crianças por dia de fome e descaso. Isso é uma escala de morte infantil semelhante à de Gaza, só que sem guerra declarada. É uma guerra econômica contra o povo.
É preciso lembrar isso, porque esses são os donos do mundo. O candidato de esquerda em Nova Iorque é um candidato dos criminosos econômicos, dos que fazem a guerra contra os povos.
A vitória de Mamdani, elogiada pelo autor como um sinal de que a “política da solidariedade ainda pode vencer”, é na verdade uma manobra de sobrevivência do Partido Democrata. O partido, percebendo a crise causada pelo genocídio em Gaza a ameaça do trumpismo ao seu controle do Estado, agora apresenta um candidato esquerdista para preservar sua imagem e manter a fidelidade de setores descontentes.
O único “grande mérito” desse candidato seria o de ser “anti-Trump”. Mas, na balança da destruição, Soros tem sido muito mais destrutivo do que o Trump. O candidato, apesar de seu discurso, defende a política do imperialismo e a estrutura do Partido Democrata.
O artigo desnorteia a esquerda ao confundi-la com um candidato financiado pelos agentes do capital. A luta da classe trabalhadora não é para eleger um neoliberal de terno, mas para organizar a força necessária para destruir a base do imperialismo e os monopólios que ele representa.




