Palestina

EUA planejam construir base militar na fronteira de Gaza

Enquanto “israel” viola diariamente o cessar-fogo, Donald Trump envia carta ao presidente israelense pedindo que Benjamin Netaniahu

Nesta terça-feira (11), a Shomrim, organização israelense de jornalismo investigativo, noticiou com exclusividade que os Estados Unidos planejam construir uma grande base militar na fronteira da Faixa de Gaza.

Citando como fonte autoridades israelenses não identificadas, Shomrim afirmou que está sendo planejada a construção de uma base capaz de abrigar milhares de militares e adjuntos e que, apesar dos planos estarem em fase preliminar, estima-se que US$500 milhões serão vertidos para a construção da base.

Dando maiores detalhes, a emissora norte-americana Bloomberg informou que a Marinha dos EUA “está buscando uma estimativa de custos de uma lista de empresas pré-qualificadas para ‘uma base militar temporária e autossustentável, capaz de abrigar 10.000 pessoas e fornecer 10.000 pés quadrados de espaço para escritórios por um período de 12 meses”. 

A construção da base seria parte do plano do imperialismo norte-americano para criar “força de estabilização composta por tropas de outros países para monitorar o cessar-fogo entre Israel e o Hamas”. Recentemente, o porta-voz do Comando Central dos EUA, Tim Hawkins, declarou que “as Forças Armadas dos EUA estão trabalhando com parceiros militares internacionais para desenvolver opções potenciais para o estacionamento de tropas internacionais”, ao mesmo tempo em que afirmou que “nenhuma tropa americana será enviada para Gaza”.

Fontes militares e de inteligência israelenses ouvidas por Shomrim teriam dito que “é difícil superestimar a importância da construção de uma base como essa“, acrescentando que “desde a Guerra dos Seis Dias, Israel tem buscado minimizar o envolvimento internacional nos territórios. O estabelecimento de uma base americana em solo israelense demonstra o quão determinado Washington está em se envolver em Gaza e no conflito israelo-palestino em geral.”

Tendo em vista que “israel” vem diariamente violando o mais recente cessar-fogo firmado com o Hamas, que entrou em vigor no dia 10 de outubro último, e que os EUA e demais países imperialistas vem reiteradamente declarando terem o objetivo de desarmar o Hamas e demais organizações da Resistência, o plano do imperialismo norte-americano de construir uma base na fronteira com Gaza tem a finalidade de “monitorar o cessar-fogo” tão somente para impedir que a Resistência e o povo palestinos reajam contra as violações diariamente perpetradas pelas forças israelenses de ocupação.

Violações de “israel” ao cessar-fogo já mataram quase 300 palestinos 

Nesta segunda-feira (10), o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) publicou declaração sumarizando e denunciando as violações ao cessar-fogo perpetradas diariamente por “israel” no decorrer do primeiro mês do cessar-fogo.

Em sua declaração, o Hamas informou que, no que diz respeito a ataques a civis, 271 palestinos foram assassinados “em decorrência de bombardeios e disparos deliberados das forças de ocupação”, acrescentando que, deste total, “os civis constituíram mais de (91%) das vítimas, sendo (94%) dentro da Linha Amarela e o restante nas áreas adjacentes”. A título informativo: a Linha Amarela é uma faixa de território em Gaza que separa as áreas sob o controle dos palestinos daquelas ocupadas pelas forças israelenses de ocupação.

Dando maiores informações sobre as vítimas, o Hamas informou que entre os mortos “havia 107 crianças, 39 mulheres e 9 idosos, o que significa que (58%) eram crianças, mulheres e idosos — um quadro que reflete a política contínua da ocupação de assassinato sistemático contra a população desarmada”.

O Movimento de Resistência Islâmica também informou que “622 cidadãos foram feridos por bombardeios e disparos”, acrescentando que “99% deles eram civis, incluindo 221 crianças, 137 mulheres e 33 idosos, o que significa que (63%) dos feridos eram crianças, mulheres e idosos”. O Hamas denuncia que isto confirma “o caráter vingativo e sistemático dos crimes cometidos pela ocupação.

As violações israelenses ao cessar-fogo não se limitaram a assassinar e ferir palestinos, mas também em continuar restringindo a entrada de ajuda e combustível: “a ocupação violou deliberada e sistematicamente as cláusulas do acordo que previam a entrada de pelo menos 600 caminhões de ajuda por dia, incluindo 50 caminhões de combustível de todos os tipos. A ajuda humanitária efetiva não ultrapassou 40% do total de caminhões previstos no primeiro mês, o que significa menos de 200 caminhões por dia”, informou o Hamas, acrescentando que “os caminhões comerciais representaram 60% do total, sendo parte deles registrada como ajuda humanitária, apesar de terem caráter comercial. A ocupação também permitiu a entrada de apenas 38 caminhões de gás e 92 caminhões de diesel — ou seja, apenas 8,4% da quantidade acordada”.

O partido destaca que “o combustível é o “oxigênio” necessário para reativar a vida — essencial para o funcionamento dos geradores dos hospitais, a abertura de vias, o transporte e a reconstrução da infraestrutura em meio a um apagão total”, de forma que tais restrições “confirma que a ocupação atua de maneira calculada e sistemática para manter o estado de paralisia e impedir o retorno da normalidade”.

Não sendo tais crimes suficientes, as forças israelenses de ocupação segue “proibindo alimentos básicos como carne, aves, ovos e gado, exceto em quantidades mínimas”, detalhando que “em 31 dias, apenas um caminhão de ovos foi autorizado a entrar”. O mesmo ocorre com a entrada de tendas e suprimentos para abrigo, que “israel” também impede “apesar do rigor do inverno que se aproxima”. Sobre esta restrição, o Hamas inform que “o que foi permitido entrar representa menos de 5% das necessidades urgentes da Faixa, aprofundando a crise humanitária”.

Parlamento israelense aprova lei para executar prisioneiros palestinos

Enquanto estas e inúmeras outras violações continuam sendo perpetradas pelos israelenses, no âmbito de sua política genocida, o parlamento israense (Knesset) aprovou, nesta segunda-feira, em uma primeira votação, a chamada “Lei de Execução de Prisioneiros” (aprovada por 39 votos a 16). 

Conforme noticiado pelo canal de comunicação Resistance News Network (RNN), essa legislação busca conceder poder legal às forças israelense de ocupação para executar prisioneiros palestinos, institucionalizando assassinatos extrajudiciais sistemáticos e legalizando esse crime. RNN acrescenta que 81 prisioneiros palestinos já foram assassinados nos cárceres israelenses deste outubro de 2023, sem contar execuções sumárias ocorridas durante prisões e as sessões de tortura perpetradas contra os prisioneiros.

O canal de comunicação também noticiou que o projeto de lei foi encaminhado ao Comitê de Segurança Nacional do Knesset sionista para ser preparado para a segunda e última votação legislativa.

As organizações da Resistência Palestina se pronunciaram sobre o projeto de lei, unanimemente descrevendo a medida como uma escalada perigosa e fascista, e uma tentativa de formalizar crimes de guerra por meio de legislação. Em sua declaração, o Hamas afirmou que a lei é uma “extensão da abordagem racista e criminosa” do governo e uma “tentativa de legislar sobre assassinatos em massa organizados“, conforme reproduzido por RNN

O canal de comunicação também informou que o Hamas descreveu a lei como “fascista e sádica“, acrescentando que sua aprovação “às claras para o mundo inteiro” demonstra uma “insistência em violar leis e tratados internacionais“, especialmente o direito internacional humanitário. 

O partido revolucionário apelou à comunidade internacional e à ONU para que condenem a legislação, “imponham sanções dissuasivas” à entidade e “formem comissões internacionais de inquérito para visitar” as prisões e constatar em primeira mão a “tortura sistemática praticada por autoridades“.

Trump envia carta ao presidente israelense, pedindo que Netaniahu seja perdoado pelos processos movidos contra ele, para que o genocida possa unificar “israel”

Paralelamente às diárias violações ao cessar-fogo perpetradas por “israel”, com a cumplicidade e apoio dos Estados Unidos e demais países imperialistas, nesta quarta-feira (12) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou carta ao presidente de “israel”, Isaac Herzog, pedindo que ele perdoe Benjamin Netaniahu, o genocida primeiro-ministro da entidade sionista, no diz respeito aos processos judiciais movidos contra ele.

Na carta, Trump conclamou o presidente e os israelenses “a conceder perdão total a Benjamin Netanyahu, que tem sido um Primeiro-Ministro de Guerra formidável e decisivo, e que agora conduz Israel a um período de paz — o que inclui o meu trabalho contínuo com líderes-chave do Oriente Médio para acrescentar muitos outros países aos Acordos de Abraão, que mudaram o mundo”.

Mostrando-se como cachorro dos sionistas que é, Trump afirmou que “o Primeiro-Ministro Netaniahu defendeu Israel com firmeza diante de adversários poderosos e probabilidades adversas, e sua atenção não pode ser desnecessariamente desviada”, acrescentando que embora “embora eu respeite plenamente a independência do sistema de justiça israelense e seus requisitos, acredito que este ‘caso’ contra Bibi — que lutou ao meu lado por muito tempo, inclusive contra o duríssimo adversário de Israel, o Irã — é uma perseguição política e injustificada”.

Donald Trump finalizou sua carta pedindo a concessão do perdão a Netaniahu, para que o genocida possa unificar “israel”: “agora que alcançamos esses sucessos sem precedentes e estamos mantendo o Hamas sob controle, é hora de permitir que Bibi una Israel, concedendo-lhe o perdão e encerrando de uma vez por todas essa guerra jurídica”.

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