O artigo Um ano após a aprovação de lei que flexibiliza licenças ambientais, tornado devasta cidade no Paraná, publicado no sítio Opinião Socialista neste domingo (9), é um exemplo patético de como a esquerda filoimperialista está apelando até para argumento de tipo religioso para fazer valer sua defesa dos interesses do grande capital internacional.
Segundo o texto, “está ficando cada vez mais difícil o malabarismo feito pelos negacionistas climáticos para tentar refutar a existência do aquecimento global. Na última sexta-feira (7), um tornado de grandes proporções, com ventos superiores a 250 km/h e classificado na categoria F3, atingiu o município de Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, destruindo cerca de 90% da cidade e deixando seis mortos e ao menos 750 feridos”.
É preciso, antes de mais nada, lembrar ao Opinião Socialista que dentre os “negacionistas” existem mesmo cientistas, que sustentam que os tais gases de efeito estufa, citados no texto, podem estar relacionados com a liberação de hidrogênio na atmosfera, fruto da interação entre a Terra e o Sol.
A atividade humana interfere no clima? Sim, mas não se sabe em qual medida. Eventos climáticos extremos existem desde sempre, há relatos até no Velho Testamento e o alarmismo dessa esquerda é fruto de interesses inconfessáveis.
Por falar em Bíblia, desde o Gênesis se difunde a ideia do castigo. Então, quem escreveu o artigo substituiu Deus pela natureza para afirmar que o “o desastre ocorreu justamente na semana que antecede o início da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) e figura entre os maiores da história recente do estado, ao lado da enchente de 1983, em União da Vitória, e dos deslizamentos no litoral em 2011 (…) no mês em que se completa um ano da aprovação, pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), do Projeto de Lei 662/2024, enviado pelo governador Ratinho Júnior (PSD), que flexibiliza o licenciamento ambiental por meio da Licença por Adesão e Compromisso”.
Ironicamente, o próprio texto, a contragosto, tem que admitir que desastres acontecem há muito tempo. Portanto, o ocorrido no Paraná não tem relação com a aprovação de nenhuma lei. Mas o artigo sustenta que “o que vivemos, não é apenas resultado do acaso”, uma ideia de James Hansen, difundida pela NASA desde 1981, que previa, inclusive, que o derretimento das calotas polares e inundação de cidades costeiras. Fato que nunca ocorreu.
Em 1988 a ONU criou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), formado para forjar um consenso científico internacional sobre o tema. Uma política imperialista sustentada por uma enxurrada de matérias nos jornais, imagens de satélites, gráficos e filmes de Hollywood.
A esquerda pequeno-burguesa não questiona os interesses do imperialismo, apenas repete e obedece caninamente tudo o que vem sendo dito sobre o clima, que não passa de uma política para asfixiar os países atrasados, impedindo-os de explorarem suas riquezas, recursos naturais, e se desenvolverem.
Flexibilização
Apesar de que críticas podem ser feitas, a flexibilização ambiental criticada no texto é positiva. Escrevemos um artigo que trata desse assunto com maior profundidade e que pode ser lido na íntegra (leia).
A esquerda, infiltrada por ONGs imperialistas, anda muito insatisfeita, pois a flexibilização retira poder dessas organizações, que agora terão mais dificuldade em atrapalhar projetos de desenvolvimento.
Como dissemos em nosso texto, “a simplificação do processo de licença ambiental também encerra uma infinidade de exigências e estudos, na maioria das vezes desnecessários, mas que sempre são colocados nas mãos de ONGs, empresas e pessoas ligadas a financiadores internacionais”.
Semeando confusão
Na ânsia de defender o grande capital, o artigo aproveita para atacar a China, que trata como imperialista; e aponta o país com um dos fatores que teria levado o Brasil a um “elevado grau de desindustrialização e reprimarização da economia, ao aumento das exportações de commodities de baixo valor agregado e à desnacionalização crescente dos setores produtivos”.
O artigo critica tanto a indústria quanto a desindustrialização. É uma loucura. Para o PSTU, “nos países imperialistas, os grandes vilões do meio ambiente são a indústria e o transporte, no capitalismo periférico brasileiro os maiores emissores são a agropecuária e o desmatamento”. O que esse partido quer, que voltemos para a Idade da Pedra, ao comunismo primitivo?
Defesa ambiental
Qualquer atividade humana produzirá algum efeito no ambiente. A questão está no capitalismo, na falta de planejamento econômico, e nas práticas predatórias que visam tão somente o lucro.
O artigo do Opinião Sociaista tem o intuito apenas de assustar e confundir seus leitores. Diz, por exemplo, que as enchentes em 2024 no Rio Grande Sul serviram “como um laboratório para que os capitalistas desenvolvam práticas e protocolos de resposta às mudanças climáticas. Essas experiências procuram identificar as melhores oportunidades para a burguesia lucrar com a desgraça do povo, por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs), da corrupção, da especulação imobiliária e de expropriações”.
Isso não tem nada a ver com a realidade. Em 1941 já tinha ocorrido uma grande enchente o Rio Grande do Sul, e o PSTU nem se poderia dar a desculpa de gases de efeito estufa ou desmatamento. A tragédia de 2024 foi fruto da ação dos bancos sobre a dívida pública. O governo do estado preferiu pagar os bancos do que investir em obras de prevenção.
O artigo do Opinião Socialista afirma que “são indispensáveis leis de proteção ao meio ambiente que enfrentem o agronegócio, principal vilão no país”. No entanto, eles também são contra a industrialização. Trata-se de uma gente reacionária que não quer o desenvolvimento da economia e, consequentemente, da melhoria de vida da classe trabalhadora.
A classe trabalhadora precisa se prevenir contra essa esquerda que se diz defensora do meio ambiente. É uma farsa. A única coisa que tenta fazer é manter o Brasil no mais absoluto atraso e pobreza, tornando o País um alvo fácil do grande capital internacional: o imperialismo.
