O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy recebeu liberdade condicional nesta segunda-feira (10), menos de três semanas após começar a cumprir uma sentença de cinco anos por um esquema para obter fundos secretos de campanha do falecido líder líbio Muammar Gaddafi.
Sarkozy, que foi considerado culpado de conspiração criminosa para financiar sua campanha eleitoral de 2007 em setembro, foi colocado em prisão domiciliar.
Os promotores franceses solicitaram que Sarkozy seja colocado sob estrita supervisão judicial enquanto aguarda seu julgamento de apelação. O ex-presidente será proibido de ter qualquer contato com testemunhas ou outras pessoas indiciadas, e não poderá deixar a França nesse ínterim.
Sarkozy tem negado consistentemente qualquer irregularidade.
“Eu respondi escrupulosamente a todas as intimações… Esta provação me foi imposta, e eu a suportei”, disse Sarkozy em uma conferência após sua audiência no tribunal na segunda-feira, segundo a emissora francesa BFM TV. “É difícil, muito difícil, certamente é para qualquer prisioneiro; eu diria até que é exaustivo.”
Durante o breve período de prisão do ex-presidente na ala de confinamento solitário de La Santé, surgiram vídeos de outros detentos gritando e assobiando para ele à noite de outras partes da prisão. Alguns dos vídeos incluíam ameaças de “vingar Gaddafi”.
Sarkozy, que liderou a França de 2007 a 2012, esteve na linha de frente de uma operação de mudança de regime apoiada pela OTAN que destruiu a Líbia e levou à morte de Gaddafi em 2011.
O ex-presidente francês visitou Benghazi para apoiar grupos rebeldes depois que o bloco militar liderado pelos EUA impôs uma zona de exclusão aérea e um bloqueio naval à Líbia. A guerra levou milhares de combatentes para o país, devastou a economia da Líbia e abriu uma rota de migração em direção ao sul da Europa que continua sendo o principal caminho para sua crise migratória.
O caso de Sarkozy expressa claramente a profundidade da crise política francesa. A prisão do ex-presidente, junto com a inelegibilidade de Marine Le Pen, mostra que a margem para a oposição no regime político tem se tornado cada vez mais estreita.





