Nos últimos meses, os principais países imperialistas — liderados pelos Estados Unidos e pela Alemanha — vêm intensificando de forma inédita sua preparação militar, trazendo preocupações de uma guerra de grandes proporções no continente europeu. Relatórios oficiais, declarações de generais e planos de defesa tornados públicos revelam que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se organiza abertamente para um confronto direto com a Rússia.
Segundo o general alemão Alexander Sollfrank, chefe do Comando de Operações Conjuntas da Alemanha, os russos “já possuem capacidade para realizar um ataque limitado ao território da OTAN”. Diante dessa suposta ameaça, a Alemanha prepara o chamado “Plano de Operações Alemãs” (Operations Plan Germany), que prevê transformar o país em uma gigantesca base logística de guerra, capaz de abrigar e movimentar até 800 mil soldados da OTAN rumo ao Leste Europeu.
A imprensa europeia e diversos institutos militares confirmam que há um reposicionamento sistemático de tropas e armamentos nas fronteiras com a Rússia, especialmente nos países bálticos e na Polônia. A Alemanha, que desde a Segunda Guerra Mundial evitava envolvimento direto em conflitos externos, rompe agora com essa política ao autorizar sua primeira presença militar permanente no exterior, em território da Lituânia — passo que consolida o país como o novo pilar militar europeu.
Essa escalada militar é parte da reativação da máquina de guerra imperialista, que desde a crise do capitalismo em 2008 vem se intensificando. A OTAN, que havia perdido parte de sua razão de ser com o fim da Guerra Fria, busca agora construir um inimigo externo que justifique a militarização das economias e o aumento vertiginoso dos gastos em defesa.
A Alemanha, a França, o Reino Unido e os Estados Unidos anunciraam sucessivos pacotes bilionários de rearmamento. O governo alemão, por exemplo, flexibilizou sua “regra do freio da dívida” para canalizar recursos públicos ao setor bélico. As indústrias armamentistas, por sua vez, voltam a viver um período de expansão, com lucros recordes.
A propaganda da “defesa contra a agressão russa” serve como cobertura política para essa escalada. A expansão da OTAN — que já avançou por quase todas as antigas repúblicas soviéticas — e a instalação de bases militares próximas às fronteiras russas são uma estratégia ofensiva, e não apenas defensiva. Sob o pretexto de “garantir a segurança europeia”, o imperialismo prepara o terreno para um confronto que irá ultrapassar os limites regionais.
A situação atual se assemelha ao período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial: blocos militares armando-se e se posicionando, alimentados por uma corrida armamentista e por uma propaganda imperialista cada vez mais agressiva.




