De acordo com anúncio feito pelo Ministério da Saúde Palestino em Gaza na sexta-feira (8), o Estado de “Israel” entregou 300 corpos de prisioneiros palestinos desdo o início do cessar-fogo. Desses, apenas 89 foram formalmente identificados, enquanto o processo de examinar, documentar e preparar os corpos restantes para entrega às famílias está em curso. O Ministério confirmou que as equipes médicas continuam a seguir procedimentos oficiais no manuseio dos corpos dos mártires com cuidado e dignidade.
Em 21 de outubro, autoridades de saúde de Gaza revelaram que pelo menos 135 corpos mutilados de palestinos devolvidos por “Israel” foram previamente mantidos no notório campo de concentração de Sde Teiman, no sul da Palestina ocupada, que já está sob investigação por tortura e mortes sob custódia.
O Dr. Munir al-Bursh, diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza e porta-voz do Hospital Nasser em Khan Younis, disse ao The Guardian que documentos encontrados dentro dos sacos de corpos indicavam que todos os restos mortais eram provenientes de Sde Teiman. O local, anteriormente exposto por manter detidos palestinos em gaiolas, vendados, algemados, acorrentados a camas de hospital e forçados a usar fraldas, há muito tempo está associado a graves abusos de direitos humanos.
“As etiquetas de documentos dentro dos sacos de corpos estão escritas em hebraico e indicam claramente que os restos mortais estavam detidos em Sde Teiman”, disse al-Bursh. “As etiquetas também mostravam que testes de DNA foram realizados em alguns deles lá.”
“Israel” estaria supostamente conduzindo uma investigação criminal em curso sobre as mortes de 36 palestinos que estavam detidos na mesma instalação.
Além disso, médicos em Khan Younis que examinaram os corpos disseram que tanto as autópsias quanto as observações de campo “indicam claramente que Israel realizou atos de assassinato, execuções sumárias e tortura sistemática contra muitos dos palestinos”. Autoridades de saúde relataram “sinais claros de tiros diretos à queima-roupa e corpos esmagados sob as esteiras de tanques israelenses”.
Eyad Barhoum, diretor administrativo do Complexo Médico Nasser, disse que os corpos chegaram “sem nomes, apenas com códigos”, acrescentando que o processo de identificação havia começado.
Os indícios sugerem fortemente que muitos dos palestinos foram executados. Sde Teiman serve tanto como um campo de detenção notório por mortes sob custódia quanto como um local de armazenamento para corpos sequestrados de Gaza. Grupos de direitos humanos estão apelando por uma investigação para determinar quantas vítimas morreram na instalação.
Em três dias, 10 mártires adicionais chegaram a hospitais em toda a Faixa de Gaza, incluindo nove resgatados embaixo dos escombros, juntamente com seis palestinos feridos.
Apesar dos esforços contínuos, o Ministério da Saúde observou que várias vítimas permanecem presas sob edifícios destruídos e em áreas inacessíveis, pois as equipes de ambulância e defesa civil continuam a enfrentar grandes obstáculos para alcançá-las devido à destruição extensa e às restrições de segurança.
De acordo com os dados cumulativos mais recentes do Ministério, a guerra genocida israelense desde 7 de outubro de 2023, ceifou a vida de 69.169 palestinos e deixou 170.685 outros feridos.





