Na manhã desta quinta-feira (06), as forças israelenses de ocupação bombardearam as aldeias de Taybeh, Aita al-Jabal, Tayr Dibba, Zawtar al-Sharqiya e Kafr Dunin, no sul do Líbano. Pouco antes, “israel” perpetrou ataques aéreos contra os arredores da cidade de al-Abbasiya, bem como atacou a cidade de Tura, onde um civil foi morto e outros três ficaram feridos.
Segundo informações do correspondente local da emissora libanesa Al Mayadeen, cidades libanesas próximas do território ocupado de Misgav Am, na Alta Galiléia, foram alvos de disparos de metralhadora por parte de militares israelenses.
Paralelamente, as forças de ocupação vêm utilizando drones para realizar reconhecimento aéreo no sul do Líbano, e também em Beirute, capital do país.
Previamente aos ataques, às forças de ocupação emitiram ordens criminosas para que os moradores evacuassem dos locais.
Para tentar esconder a guerra que o imperialismo e o sionismo preparam contra o Hezbollah, para desarmar e destruir o partido, a imprensa israelense, especificamente no Canal 13, noticiou que altos oficiais militares das forças de ocupação teriam dito que “o que está acontecendo faz parte dos esforços contínuos para impedir que o Hesbolá reconstrua suas capacidades, e não se trata de uma escalada”.
No mesmo sentido foi o pronunciamento das forças de ocupação sobre os ataques: “não emitimos nenhuma declaração sobre uma evacuação em larga escala de aldeias no sul do Líbano. Estamos apenas a instar os residentes dos edifícios específicos assinalados nos mapas, e dos edifícios adjacentes, a evacuarem o local’.
Por outro lado, o jornal Israel Today, em matéria, afirma que “o Exército Libanês se recusa a desocupar suas posições no sul do Líbano, que estão sendo atacadas por Israel, apesar dos avisos das Forças de Defesa de Israel”. Da mesma forma, a Corporação de Radiodifusão Israelense afirma que “se o Exército Libanês não desarmar o Hezbollah, Israel o fará”.
Estes novos ataques sionistas se somam às centenas de ataques aéreos perpetrados por “israel” em violação ao cessar-fogo firmado com o Hesbolá no final de novembro de 2024.
A situação obrigou o presidente Joseph Aoun, colocado no poder pelos Estados Unidos e Arábia Saudita, a se pronunciar condenando “israel” com mais veemência. Ele declarou que “o que Israel fez hoje no sul do Líbano constitui um crime, não apenas sob o direito internacional humanitário, que criminaliza ataques contra civis, aterrorizá-los e forçá-los a fugir de suas casas, mas também um flagrante crime político”.
Falando implicitamente sobre o plano do imperialismo de desarmar o Hezbollah, e as negociações do governo do Líbano com “israel” em torno desse plano contrarrevolucionário, o presidente libanês afirmou que “quanto mais o Líbano demonstra abertura a uma abordagem de negociação pacífica para resolver as questões pendentes com Israel, mais intensifica sua agressão contra a soberania libanesa, ostenta seu desrespeito à Resolução 1701 e continua violando suas obrigações”.
Ele se pronunciou também sobre as violações diárias do cessar-fogo, declarando que “quase um ano se passou desde que o cessar-fogo entrou em vigor e, durante esse período, Israel não poupou esforços para demonstrar sua rejeição a qualquer acordo negociado entre os dois países… Recado recebido!”
Os ataques israelenses também obrigaram a UNIFIL – Força Interina das Nações Unidas no Líbano (uma força de ocupação do imperialismo) a emitir uma nota condenando o crime, afirmando que os ataques aéreos israelenses ao Líbano são “claras violações da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU“, pedindo a “israel” que cesse imediatamente esses ataques e todas as violações da resolução.
Em demonstração de que o imperialismo têm medo de que os ataques sionistas levem o Hesbolá a retomar suas ações militares, a UNIFIL também declarou que os bombardeios israelenses ocorrem “em um momento em que as Forças Armadas Libanesas estão realizando operações para controlar armas e infraestrutura não autorizadas“, enfatizando que qualquer ação militar, especialmente nesta escala destrutiva, ameaça a segurança dos civis e prejudica o progresso rumo a uma solução política e diplomática, noticiou Al Mayadeen.
Ainda, a situação levou o chefe das Forças Armadas Libanesas a propor, durante uma reunião do governo, que seja suspenso o plano de desarmar o Hesbolá ao sul do Rio Litani, justamente por causa das contínuas agressões israelenses.
Contudo, declarações do imperialismo e notícias em seus órgãos de imprensa mostra que não houve recuo no plano de tentar desarmar o Hesbolá. Assim foi a declaração do Departamento de Estado dos EUA, que afirmou, cinicamente, que “continuaremos a usar todas as ferramentas disponíveis para garantir que o Hesbolá não represente uma ameaça para o povo libanês”, acrescentando que “a verdade por trás dessas palavras é: Continuaremos a usar todas as ferramentas disponíveis para garantir que o Hezbollah não represente uma ameaça para Israel”.
Igualmente, a agência britânica Reuters afirmou em publicação que o Irã teria transferido US$1 bilhão para o Hesbolá desde janeiro deste ano.
Apesar dos ataques sionistas, e das criminosas ordens de evacuação emitidas pelas forças de ocupação, a população libanesa do sul permanece firme em suas casas, resistindo ao deslocamento forçado, conforme informado por corresponde de Al Mayadeen.
A emissora também noticiou que o Ansar Alá, partido que lidera a Revolução Iemenita, e igualmente as organizações da Resistência Palestina, condenaram a agressão sionsita ao Líbano.
Condenando veementemente a agressão, o Hamas reafirmou sua total solidariedade ao Líbano, ao seu Estado, ao seu povo e à sua resistência, e apelando para “unirmos forças para enfrentar a agressão e pôr fim aos crimes da ocupação contra civis“.
No mesmo sentido foi a declaração da Jiade Islâmica, que considerou que os contínuos ataques da brutal entidade ocupante […] representam uma violação flagrante da soberania do Líbano, uma agressão explícita contra seu povo e uma violação flagrante […] dos acordos de cessar-fogo, bem como afirmou nosso apoio inabalável ao Líbano, ao seu povo e à sua resistência, e reafirmamos o direito natural e legítimo do povo libanês de defender sua terra e soberania e de enfrentar a agressão por todos os meios disponíveis.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina também reafirmou o direito de resistência para deter a agressão.
O Ansar Alá, por sua vez, ao condenar os novos crimes sionistas, afirmou que a negligência do governo libanês e a sua incapacidade de responder aos repetidos ataques do inimigo conduziram à escalada do conflito e à violação dos seus compromissos.
Logo após o ataque, o Hesbolá emitiu uma carta aberta às autoridades libanesas a respeito do acordo de cessar-fogo de 27 de novembro de 2024.
Conforme noticiado pelo canal de comunicação Resistance News Network (RNN), o partido declarou que “a resistência confirma sua estrita adesão aos termos, mas observa as contínuas violações da entidade sionista por terra, mar e ar”. Reafirmando que não irá se desarmar, o Hesbolá declarou “que rejeita as tentativas israelenses de impor novas condições ou negociações políticas, especificamente o desarmamento da resistência, afirmando que isso não faz parte do cessar-fogo e é uma questão nacional”.
Na carta é também enfatizado que “o Líbano deve se concentrar em forçar Israel a implementar o acordo existente, e não em iniciar novas negociações políticas”, bem como que o foco do governo libanês “deve ser forçar a ocupação a cessar sua agressão e respeitar o cessar-fogo para proteger a soberania nacional”.
Já no dia anterior, o líder do Hesbolá, Naim Qassem, declarara em uma cerimônia no sul do Líbano que “Se uma batalha nos for imposta, lutaremos com todos os meios que tivermos — mesmo que seja até o último homem ou mulher — e não permitiremos que o inimigo cruze para o sul do Líbano”, bem como denunciou que os ataques sionistas “pressão do Estados Unidos e de ‘israel’ para alcançar pela política o que não conseguiram alcançar militarmente”.





