A principal advogada militar de “Israel” foi presa após admitir ter vazado imagens que expunham o estupro de um prisioneiro palestino pelas forças de ocupação israelenses, e por supostamente enganar o tribunal máximo da entidade sobre seu envolvimento na divulgação.
Yifat Tomer-Yerushalmi, a advogada-geral militar, declarou em sua carta de demissão na semana passada que havia autorizado a divulgação do vídeo para rebater a crescente crítica pública aos procuradores e investigadores militares envolvidos no caso.
Sua prisão marca um desdobramento importante em um caso que expôs ainda mais a cumplicidade do sistema judicial de “Israel”.
O caso enfureceu os sionistas, que aclamaram os soldados acusados como “heróis” e denunciaram os investigadores militares como “traidores”, enquanto muitos exigiram que as acusações contra as tropas fossem retiradas por completo.
A imprensa israelense noticiou que Tomer-Yerushalmi foi detida sob suspeita de fraude, quebra de confiança, abuso de poder, obstrução da justiça e divulgação não autorizada de informação oficial.
O caso decorre de uma operação em julho de 2024 no notório campo de concentração de Sde Teiman, um local há muito implicado em tortura e abuso sexual. Os procuradores prenderam 11 membros das forças de ocupação israelenses acusados de agredir violenta e sexualmente um prisioneiro palestino de Gaza.
De acordo com a acusação, a vítima foi estuprada, sofreu costelas quebradas, um pulmão perfurado e lesões retais graves antes de ser hospitalizada.
Tomer-Yerushalmi subsequentemente abriu uma investigação sobre o caso. Mas sua decisão provocou intensa reação de figuras do governo e aliados de mídia do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que a acusaram de manchar a imagem de “Israel”.
“O incidente em Sde Teiman causou um dano imenso à imagem do Estado de Israel e das FDI (Forças de Defesa de Israel)”, disse Netaniahu no domingo. “Este é talvez o ataque de relações públicas mais grave que o Estado de Israel experimentou desde o seu estabelecimento.”
Depois que manifestantes de extrema-direita, incluindo um ministro do governo e dois membros do parlamento, invadiram a base de Sde Teiman em protesto, Tomer-Yerushalmi divulgou o vídeo em agosto de 2024. Mais tarde, ela disse que o vazamento foi “uma tentativa de desmascarar a falsa propaganda contra os órgãos de aplicação da lei do exército”.
Dias depois, cinco soldados foram acusados de abuso agravado e lesão corporal grave, embora nenhum tenha sido nomeado, detido ou restringido de serviço, segundo a imprensa israelense.





