Os bolsonaristas se indignaram com as prisões arbitrárias dos manifestantes do 8 de Janeiro. E, de fato, têm razão quando denunciam a falta de individualização da conduta, as prisões em massa, o uso de provas forjadas, a ausência do devido processo legal. Foram mais de mil pessoas presas, muitas delas doentes e tratadas de maneira desumana. Um sistema análogo à tortura.
Mas, onde está essa preocupação com os direitos humanos agora, quando a Polícia Militar do Rio de Janeiro, sob o governo de Cláudio Castro (PL), assassinou mais de 130 pessoas no Complexo da Penha e no Jacarezinho? Onde estava o clamor pelo devido processo legal quando os mortos sequer foram identificados adequadamente, e a única justificativa para o banho de sangue foi a velha cantilena de que tinham “histórico criminal relevante”?
Para os favelados, para os negros, para os pobres, vale a lei do cão. Morreram? Bem feito. Foram mortos pela polícia? Devem ter merecido.
A verdade é que a extrema direita canibal quer uma sociedade dividida entre os “cidadãos de bem” e os “bandidos”, que nada mais são do que os pobres.
O Partido da Causa Operária (PCO), é, neste sentido, o único coerente do Brasil. O Partido foi contra as prisões em massa do 8 de Janeiro, ao mesmo tempo em que denuncia os assassinatos sumários nas favelas.
A esquerda pequeno-burguesa e oportunista, por sua vez, aplaudiu Alexandre Moraes, aplaudiu o arbítrio, alimentou a máquina repressiva do Estado. Agora se cala diante da barbárie policial no Rio.
Os canibais da extrema direita, por sua vez, agora está em frente única com Xandão. Quem defende chacinas, prisões arbitrárias, execuções extrajudiciais e extermínio do povo, não pode reclamar quando o Estado passa a mirar o outro lado. Ou é Estado de Direito para todos, ou é barbárie para todos.




