Na Análise da 3ª, da Rádio Causa Operária, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, classificou o ex-vice-presidente norte-americano Dick Cheney, morto no dia 3 de novembro, como uma das figuras centrais do neoconservadorismo, um personagem significativo na invasão do Iraque, destacando que a guerra marcou um “ponto de inflexão na política do imperialismo”. Pimenta traçou uma linha do tempo desde a derrota dos EUA no Vietnã (1975), a crise capitalista de 1974, até a ascensão do neoliberalismo e da extrema-direita nos anos 80, culminando na invasão do Iraque.
O dirigente do PCO considerou que a invasão foi uma “tentativa de reversão dos acontecimentos” por parte do imperialismo. Em uma crítica incisiva, ele traçou um paralelo entre o papel de Cheney e a violência policial no Brasil. “Esse homem é um criminoso de muito maior envergadura”, afirmou Pimenta, comparando-o a criminosos comuns. “Forjaram pretextos para invadir o país. Mataram milhões de pessoas, destruíram a economia iraquiana”.
O debate seguiu para a inconstância do ex-presidente Donald Trump em relação ao fornecimento de mísseis Tomahawk de longa distância à Ucrânia. Rui Pimenta descreveu a guerra na Ucrânia como um “caso particular de um processo geral” onde o imperialismo testa a “tolerância dos russos”.
Ele ressaltou que, para Trump, “a Ucrânia é a Venezuela”, referindo-se a ela como um “desastre político”. Pimenta comparou o dilema de Trump com o do presidente Lula, que estaria sofrendo pressão em relação à Venezuela, concluindo que ambos “não controlam o que está acontecendo”.
Ao analisar o cerco russo a 5 mil soldados ucranianos no Donbas, Pimenta considerou “absurdo” o fato de o governo ucraniano não ter orientado a rendição das tropas. Ele observou que os russos teriam enviado uma mensagem para que os soldados se rendessem para evitar um massacre. “A única vantagem que eles teriam de não se render é usar o massacre dos seus próprios soldados, que é inevitável, como propaganda política”, disse Pimenta, concluindo que “a Ucrânia se transformou em uma bucha de canhão do imperialismo”.
O dirigente reforçou que a Ucrânia vive um “regime político apoiado em milícias nazistas” e que a perseguição política, noticiada pela revista Politico, mostra que “o regime está se decompondo” e atingindo opositores que “surgem de dentro do regime.”
Na sessão de perguntas do público, Rui Pimenta abordou o debate sobre a lei do “excludente de ilicitude” de Sergio Moro. Ele criticou o que chamou de “sistema legal selvagem” que a direita busca impor, no qual a polícia teria “carta branca para matar quem eles acharem necessário por aí, sem julgamento”.
Ao questionar a retórica do “cidadão de bem”, Pimenta ironizou que, dado o grande volume de leis no Brasil, é “praticamente impossível que algum brasileiro não tenha em algum momento da sua vida cometido algum ilícito”.
A sanção por Lula da Lei do Crime Organizado (de autoria de Sergio Moro) foi vista por Pimenta como uma “concordância indireta” com a violência policial. Ele classificou o plano de centralização policial como “profundamente antidemocrático”, defendendo que a posição da esquerda histórica sempre foi a favor de um Estado fraco, e não de uma “super polícia”.
Sobre o caso de sua filha, Natália Pimenta, Rui Pimenta confirmou que “nós entramos com um pedido na Justiça para que o Sistema Nacional de Saúde forneça o remédio”, citando o direito constitucional. Ele revelou que o remédio, chamado Revumenib, custa “mais de R$ 3 milhões”. Pimenta argumentou que o entendimento do STF (Tema 500) é favorável à concessão, pois se trata de um “medicamento órfão para doenças raras e ultrarraras”.
O presidente do PCO criticou duramente a decisão da juíza Anita Vilani, que negou a liminar. Pimenta citou a juíza.
“O que ela está dizendo preto no branco é: como o remédio é caro, não vou conceder. Simples assim”, rebateu Pimenta, chamando a argumentação de “deboche” e “julgamento arbitrário”.
Ele finalizou pedindo novamente que o público assine a petição e ajude a divulgar a campanha de Natália.





