América Latina

Venezuela rompe tratado energético com Trindad e Tobago

Após Trindad e Tobago servir de base militar ao imperialismo, governo chavista suspende acordos de exploração petrolífera

O governo venezuelano anunciou nesta segunda-feira (27) a suspensão imediata de todos os acordos de cooperação energética com Trinidad e Tobago. A decisão, comunicada pela vice-presidente executiva Delcy Rodríguez, denuncia o alinhamento de Porto de Espanha (capital de Trinidad e Tobago) com os planos de agressão dos Estados Unidos contra a Venezuela, transformando o vizinho caribenho em uma base militar para o imperialismo. Essa ruptura ocorre em meio à escalada das tensões regionais, com navios de guerra norte-americanos atracando em águas trinitárias, alimentando temores de uma intervenção armada no Caribe.

A cooperação energética entre Venezuela e Trinidad e Tobago remonta a 2015, quando os dois países assinaram um acordo marco para o desenvolvimento conjunto de jazidas de hidrocarbonetos em águas compartilhadas. Esse pacto previa colaboração no tratamento de campos de gás e petróleo transfronteiriços, investimento em infraestrutura e execução de projetos conjuntos para a exploração e exportação de recursos energéticos. Os objetivos eram otimizar a produção de gás natural, reduzir custos operacionais e fomentar a integração regional no setor energético.

Um dos pilares desse acordo foi o projeto do Campo de Gás Dragão (Dragon Gas Field), localizado na zona marítima comum entre as nações. Em 2023, Venezuela, Trinidad e Tobago e a multinacional Shell firmaram um contrato específico para a produção e exportação de gás dessa jazida, que prometia injetar bilhões em investimentos e gerar receitas significativas para ambos os lados. O acordo foi renovado automaticamente em fevereiro de 2025 por mais cinco anos, consolidando uma parceria que, à época, era vista como exemplo de solidariedade caribenha em meio às sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos à Venezuela.

Para a Venezuela, sob o controle da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), o projeto representava uma oportunidade estratégica de diversificar exportações de gás e contrabalançar o cerco econômico imposto pelo imperialismo. Trinidad e Tobago, por sua vez, beneficiava-se do acesso a reservas adicionais para abastecer sua indústria petroquímica.

A suspensão dos acordos, proposta pelo Ministério do Petróleo e pela PDVSA ao presidente Nicolás Maduro, foi justificada por Rodríguez como uma resposta direta à “adesão de Trinidad e Tobago a um plano de agressão dos EUA”, descrito como um “programa belicista” que ameaça a paz regional. Em pronunciamento oficial, a vice-presidente enfatizou: “não é um conflito. É a agressão dos Estados Unidos, uma agressão militarista contra a Venezuela. É pelo petróleo e é pelo gás”.

Nos últimos dias, a chegada do navio de guerra USS Gravely a Porto de Espanha intensificou as acusações. O governo chavista acusa Trinidad e Tobago de conivência em uma “operação de falsa bandeira” orquestrada pela CIA, com confissões de envolvidos que planejavam atacar instalações norte-americanas para culpar a Venezuela e justificar uma invasão. Essa manobra visa os vastos recursos energéticos venezuelanos, incluindo o Orinoco e o Maracaibo, e faz parte de uma escalada mais ampla de provocações: o Pentágono deslocou forças navais massivas para as proximidades da Venezuela, incluindo porta-aviões e submarinos, sob o pretexto de combater o narcotráfico — uma propaganda mentirosa.

A transformação de Trinidad e Tobago em uma base militar do imperialismo é vergonhosa. Relatos recentes confirmam que o país tem abrigado ativos militares dos EUA, como exercícios conjuntos e atracagem de navios de guerra, em meio a uma “presença naval americana que eleva as tensões com a Venezuela”. Essa submissão, argumenta o governo venezuelano, contradiz os “sólidos laços históricos” entre os povos e expõe a fragilidade da Comunidade do Caribe, dividida diante da agressão imperialista.

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