Na manhã do último sábado (25/10), a Polícia Militar do estado do Mato Grosso do Sul a mando do Governador Eduardo Riedel e do Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (SEJUSP-MS) é Antônio Carlos Videira, realizaram mais uma operação criminosa contra os índios Guarani-caiouá da Terra Indígena Guyraroká, no município de Caarapó.
Diante da total paralisia do processo de demarcação da Terra Indígena Guyraroká do Governo Federal através do MInistério da Justiça, Ministério dos Povos Indígenas e do Ministério dos Direitos Humanos, o povo Guarani-caiouá há cerca de um mês realizou uma série de retomadas para chamar a atenção e acelerar o processo de demarcação.
O exemplo foi seguido também pelos Guarani-caiouá da Terra Indigena Passo Piraju, também em Caarapó, que retomou uma área em Porto Cambira, inserida na demarcação reivindicada pelo povo e em processo de identificação da Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá III.
Desde então, o governo do estado iniciou as atividades criminosas de realizar despejos sem nenhuma autorização judicial ou com a presença obrigatória da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e do Ministério Público (MP). Foram várias tentativas de despejos criminosos com violência e ameaças de morte por parte das polícias e dos pistoleiros do latifúndio.
na manhã deste sábado (25) na Fazenda Ipuitã, localizada dentro dos limites da Terra Indígena Guyraroká, a Polícia Militar, Batalhão de Choque e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) iniciaram uma verdadeira operação de guerra para despejar cerca de 50 índios Guarani-caiouá que estavam no local com muitas balas de borracha, gás lacrimogêneo, helicóptero e muita violência.
Durante a ação foram incendiados tratores, galpões e até mesmo a sede da Fazenda e os policiais, como de costume, prontamente acusaram os índios. Sequer investigam que os próprios latifundiários e seus pistoleiros, e até mesmo policiais, poderiam ter incendiado a Fazenda e dos tratores para incriminar os índios e justificar ações mais violentas e de prisão contra lideranças dos índios e apoiadores do movimento de demarcação.
Povo Guarani-caiouá mostra o caminho para a demarcação
A ação do povo Guarani-caiouá da retomada Guyraroká está trazendo a tona a discussão sobre as demarcações e a total paralisia do governo federal e seus ministérios na questão da terra para os índios.
Há setores que criticam as retomadas e a insistência dos índios em realizar a autodemarcação através das retomadas, mas é necessário apoiar os Guarani-caiouá e dizer que estão mostrando o caminho para a conquista de seus direitos e da demarcação das suas terras diante dos acordos do Ministério dos Povos Indígenas com o governo do latifundiário Eduardo Riedel.
A decisão de retomar a qualquer custo e de enfrentar as forças de repressão do estado, o governador e seu secretário de justiça, os pistoleiros e latifundiários mostram o caminho que deve ser seguido, não somente pelos índios ou os movimentos de luta pela terra, mas pelos movimentos populares e sindicais para conquistar os seus direitos e reivindicações.
Os partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais devem apoiar amplamente as retomadas Guarani-caiouá. Não somente com declarações de apoio, mas com alimentos, lonas e estruturas para mais retomadas e através de ajuda na organização de todo movimento dos índios, em particular dos Guarani-caiouá, que enfrenta um dos governos mais violentos contra os índios e movimentos de luta pela terra, do ex-tucano Eduardo Riedel.
Ao contrário do propagado por setores da esquerda pequeno-burguesa, as retomadas e ocupações de terra são as maneiras mais efetivas de pressionar o governo para a demarcação. E a maneira efetiva de conquista dos direitos em toda a sua história.
É preciso parabenizar os índios Guarani-caiouá que estão no processo de autodemarcação e buscando através da luta a conquista de seus direitos e apoia-los de maneira incondicional a luta e a autodemarcação.
Veja vídeos abaixo:




