João Pedro Stédile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), defendeu a organização de brigadas internacionalistas, compostas por militantes de diversos países da América do Sul, prontas para defender a soberania da Venezuela diante de uma possível ofensiva militar dos Estados Unidos. Essa iniciativa, revelada em uma entrevista recente à Rádio Brasil de Fato reforça a necessidade da a esquerda brasileira e latino-americana unir forças contra a ameaça imperialista sobre todo o subcontinente.
A proposta nasceu no Congresso Mundial em Defesa da Mãe Terra, realizado há duas semanas em Caracas, onde representantes de movimentos sociais da América Latina se reuniram . Durante o evento, Stédile propôs e obteve aprovação para a formação dessas brigadas, que se colocariam “à disposição do governo e do povo venezuelano”. Em suas palavras:
“Cheguei a colocar em votação na Assembleia do Congresso, que nós, movimentos da América Latina, vamos fazer reuniões e já estamos fazendo consultas para, no menor prazo possível, para organizar brigadas internacionalistas de militantes de cada um dos nossos países para ir à Venezuela e nos colocarmos à disposição do governo e do povo venezuelano.”
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou operações secretas da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) em território venezuelano, intensificando as ameaças contra o país liderado por Nicolás Maduro.
A iniciativa do MST aponta no sentido correto da luta. É preciso uma solidariedade ativa em defesa do povo venezuelano, com o envio de brigadas para apoiar o regime sob ataque e com manifestações no Brasil que ajudem a pressionar as instituições em torno da defesa da soberania venezuelana.
Defender a Venezuela não é uma ideia abstrata, mas uma necessidade para conter o avanço do imperialismo norte-americano em uma fase extremamente agressiva.




