Nesta segunda-feira (20), Gustavo Petro, presidente da Colômbia, convocou para consultas o embaixador colombiano nos Estados Unidos.
A convocação ocorreu um dia depois de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ter, através de publicação em sua plataforma Truth Social, caluniando Petro de ser um “ilegal traficante de drogas, que fortemente encoraja a massiva produção de drogas […] por toda a Colômbia”.
Na mesma publicação, a acusação cínica foi acompanhada de anúncio de que os EUA irão cortar “pagamentos em larga escala e subsídios” que vinha fazendo à Colômbia ao longo dos anos. Trump finalizou a declaração com uma ameaça, afirmando que “Petro, um líder pouco conhecido e muito impopular, com uma língua afiada em relação aos Estados Unidos, é melhor fechar esses campos de extermínio imediatamente, ou os Estados Unidos os fecharão para ele, e isso não será feito de forma agradável”.
Em suma, Trump e seu governo atacam o governo colombiano de Petro utilizando-se do mesmo modus operandi que vem fazendo contra a Venezuela desde o começo do ano, com vistas a dar um golpe de Estado contra Maduro, o chavismo e o povo venezuelano, não estando descartada a agressão militar aberta contra o país.
Destaca-se que, no decorrer destes dois anos da guerra genocida do imperialismo e do sionismo contra a Palestina, Petro foi progressivamente aumentando sua oposição a “israel” e denúncia do genocídio, tendo já em maio de 2024 anunciado o rompimento de relações com a entidade sionista. Em setembro de 2025, durante ato em defesa da Palestina em Nova Iorque, Petro informou que iria apresentar à ONU uma resolução “pela criação de um Exército de Salvação Mundial, cuja primeira tarefa é libertar a Palestina e acabar com o genocídio”, acrescentando que “todos os consulados e embaixadas da Colômbia, em todos os países do mundo”, haviam sido “instruídos a de buscar o voto pelo sim à libertação da Palestina, o voto para (conformar) a força de United for Peace (‘União pela Paz’) para a Palestina”.
Respondendo às acusações caluniosas de Trump, Petro denunciou a farsa da política antidrogas do imperialismo norte-americano, afirmando que “a política antidrogas dos EUA… deixou um milhão de mortos na América Latina e é apenas uma desculpa para controlar a América Latina” e “obter petróleo barato da Venezuela“. Curiosamente, há alguns dias, Petro declarou não ser “muito fã das políticas adotadas pelo atual governo da Venezuela, porque não o reconheci”, ao responder sobre os planos de Trump de lançar operações da CIA (isto é, tentar um golpe de Estado) contra a Venezuela.
Ainda no domingo, a imprensa estatal colombiana desmascarou a farsa recentemente anunciada pelo governo Trump, de que os EUA teriam afundado um submarino carregando drogas nas águas da região. Foi confirmado que o navio destruído em um ataque militar dos EUA em 15 de setembro — o segundo ataque conhecido dos EUA a um barco no Caribe — era um barco de pesca colombiano que operava em águas territoriais colombianas.
Em apoio a Gustavo Petro, contra a agressão do imperialismo, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, publicou a seguinte declaração em sua página do X: “Diante do novo ataque imperialista, expressamos nosso apoio e solidariedade ao Presidente [Gustavo] Petro e à Colômbia. As declarações do Governo dos EUA constituem uma ameaça à soberania colombiana e buscam interferir nos assuntos internos dessa nação irmã”.




