Já escreveu Lênin em seu célebre texto “O que fazer?” que não pode haver movimento revolucionário sem teoria revolucionária. De lá para cá, muitos camaradas seguem sem compreender isso. A ideia de que a teoria é algo dispensável e que apenas a prática é o que importa, é uma miragem que precisa ser desfeita.
Suponhamos que a luta de classes se acirre, aconteça uma revolução no país, e por fim os trabalhadores tomem o poder. O que seria feito a seguir? Como o Estado seria reestruturado? Quais políticas seriam implementadas primeiro? Como a cadeia produtiva no Brasil seria reestruturada? Nenhuma dessas perguntas pode ser respondida sem teoria. A prática por si só não é suficiente para que a pessoa tenha ideias que lhe permitam lidar com essas questões.
Alguém que queira ter uma visão mais completa sobre como um país pode ser transformado por uma revolução, deve se preocupar não apenas com a mobilização das massas, mas também com o panorama nacional da agricultura, da indústria, dos potenciais e limitações de cada região, das relações diplomáticas com outros países, enfim, uma série de áreas fundamentais para o desenvolvimento nacional.
Lênin não teria sido quem foi se não tivesse valorizado tanto a teoria. No máximo, teria sido um agitador de massas exitoso, mas com políticas fadadas ao fracasso, como Lula.




