Na última edição do programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, discutiu a situação na França, onde o governo de Emmanuel Macron enfrenta um voto de desconfiança após a nomeação de um novo primeiro-ministro. Pimenta descreveu a situação como uma “alquimia política” e uma política “artificial e antidemocrática”, sugerindo que o governo Macron, por ser minoritário, deveria convocar novas eleições. Ele também comentou que a possível entrada do Partido Socialista na base do governo é um sinal de crise, que poderia levar a uma “virtual dissolução da Frente Popular”.
O programa também discutiu a legislação de censura na Europa. Pimenta criticou o projeto de lei sobre o chamado Chat Control na União Europeia e a legislação similar no Reino Unido, que, segundo ele, são “draconianas” e “profundamente antidemocráticas”. Ele ironizou o argumento de que a liberdade de expressão não deve existir, e defendeu que o direito à livre expressão deve ser imposto pela força da mobilização popular.
Rui Costa Pimenta citou a campanha da revista The Economist por uma maior militarização da Europa. Ele interpretou a iniciativa como um sinal de que a burguesia se prepara para uma guerra, que terá um grande custo social para a população europeia, e criticou o que ele vê como a incapacidade da esquerda mundial de enxergar e se opor a esse movimento.
A parte mais enfática da análise foi sobre a guerra na Faixa de Gaza. Pimenta classificou o acordo de paz como uma vitória decisiva do Hamas. Ele argumentou que, apesar das perdas humanas em Gaza, o movimento de resistência palestino obteve ganhos estratégicos significativos, como a libertação de 2.000 prisioneiros palestinos e o acordo para a entrada de ajuda humanitária. O dirigente do PCO desqualificou os argumentos de que a trégua seria uma derrota, afirmando que “só quem nunca esteve preso que vai falar uma coisa dessa”. Ele também criticou a posição de Lula, considerando sua declaração de que o problema é “Benjamin Netaniahu e não o estado sionista” como “muito negativa”, reforçando que o problema é o “Estado de Israel”.





