Senador do PT

Jaques Wagner e sua defesa incondicional do genocídio

Líder do PT no Senado foi um dos grandes entusiastas da criação do "Dia da Amizade Brasil-Israel"

No dia 7 de outubro de 2025, quando se comemoravam os dois anos da Operação Dilúvio de Al-Aqsa conduzida pela Resistência Palestina, o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo Lula na casa legislativa, declarou que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que tem travado uma luta duríssima pela sobrevivência do povo palestino, deveria ser “exterminado”. A declaração fascista e criminosa, no entanto, estava muito longe de ser o único posicionamento de Wagner em favor dos genocidas israelenses.

Em 25 de junho de 2025, foi promulgada pelo Senado a Lei nº 15.152/2025, que “Institui o Dia de Celebração da Amizade Brasil-Israel”. A promulgação se deu na 69ª Sessão Deliberativa Ordinária, e ocorreu em razão de Luiz Inácio Lula da Silva não ter vetado, nem promulgado a lei.

Wagner, ao falar sobre o silêncio de Lula, nem vetando nem promulgando, disse que “quando o Presidente não sanciona, o Congresso sanciona”, acrescentando que “não há nenhuma aversão do Presidente ao Estado de Israel; ao contrário: ele lá já esteve várias vezes”.

Lavando as mãos diante do genocídio perpetrado não só pelo primeiro-ministro Benjamin Netaniahu, mas por todo o estado artificial de “Israel”, suas forças de ocupação, suas agências de espionagem e seu aparato de repressão, e com apoio de todos os políticos e mesmo da maior parte da sociedade israelense (mais de 80% é contra um Estado Palestino e a favor da expulsão dos palestinos), o líder do PT no Senado declarou “que talvez não fosse o melhor momento, mas eu concordo, porque nós não estamos celebrando amizade com o primeiro-ministro de Israel, que, dentro do país, também é contestado pelas suas ações – e eu não quero entrar aqui nesse detalhe –, porque o Primeiro-Ministro Netanyahu não tem o apoio incondicional da população israelense; ao contrário: há um questionamento grande sobre essa linha de conduta que ele vem adotando”.

Cumpre destacar que o questionamento da maior parte da população israelenses contra Netaniahu diz mais respeito ao fracasso em recuperar à força os prisioneiros de guerra israelenses, bem como à campanha anticorrupção contra Netanyahu.

Na ocasião, Wagner afirmou que o projeto de lei havia sido proposto pela ex-presidente Dilma Rousseff e que “depois de ela ter realmente vetado, na mesma hora ela publicou outro, com uma data nova”.

O petista também sugere que o presidente Lula agiu a serviço do imperialismo em certa ocasião perante o Irã: “o Presidente Lula tampouco fez, queridos Senadores, loas ao Irã. É bom, porque talvez todos não conheçam isto: quando ele foi procurar Ahmadinejad, ele o fez a pedido – não citarei os nomes – de dois presidentes de nações extremamente importantes no planeta, que, depois da reação, disseram: ‘Não, o único que tem condição de conversar é você’. E ele não foi lá para saudar. Ele foi lá para propor, conforme tinha discutido com dois outros presidentes, a questão da paz”, afirmou Jacques Wanger.

O petista possivelmente faz referência ao papel de Lula em 2010, ainda em seu segundo mandato, em fechar um acordo nuclear com o Irã. Conforme noticiado em junho pela emissora britânica BBC, por ocasião da guerra do sionismo e do imperialismo contra o Irã, em curso na época por causa do programa nuclear da República Islâmica, “há quinze anos, o Brasil assumiu protagonismo internacional inédito ao mediar, junto com a Turquia, um acordo nuclear com o Irã”, acrescentando que o acordo, firmando em maio de 2010, “o acordo foi celebrado como um sucesso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva” que, na época “se projetava como uma liderança internacional respeitada e já havia sido chamado de ‘o cara’ pelo então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no ano anterior”. Segundo a BBC, em 2009, Obama enviara uma carta da Lula, pedindo ajuda para mediar um acordo com o Irã. No entanto, após ter sido firmado, os EUA não aceitaram o acordo, e impuseram novas sanções ao Irã.

Voltando ao discurso de Jacques Wagner, por ocasião da aprovação da lei do “Dia da Amizade Brasil-Israel”, o petista expôs sua posição contrarrevolucionária contra o Hamas e a Resistência Palestina, a mesma de Lula, afirmando que “o presidente Lula condena… Perdoem-me, mas todas as atrocidades feitas pelo terrorismo do Hamas foram repudiadas pelo Presidente Lula. Foram repudiadas. Ele imediatamente declarou seu repúdio àquele ato, porque ele não adota nenhum tipo de relacionamento com terrorista, como eu também não adoto”.

Se curvando ao sionismo e o modus operandi de caluniar de antissemitas todos os que se opõem, em maior ou menor medida a “Israel”, Wagner afirmou: “deixem-me deixar claro: o Presidente Lula, em hipótese nenhuma, é um antissemita”.

Ele então parabenizou o presidente do Senado pela promulgação da lei da “Amizade…”, afirmando que “a proclamação do dia da amizade entre Brasil e Israel não é entre o Presidente Lula e o Netanyahu, é entre dois povos, e a fundação do Estado de Israel foi feita por um brasileiro, um diplomata brasileiro que dirigia aquela sessão histórica de 1948 […]”.

Wagner afirma-se como defensor de “Israel”: “nós, que defendemos o Estado de Israel […]”, dizendo achar “tão bizarro dizer que ele [Lula] é antissemita, porque o Secretário de Imprensa do primeiro Governo do Presidente Lula chama-se André Singer, judeu; a pessoa que o acompanha e anota todas as suas coisas, há muito tempo, chama-se Clara Ant, judia”.

Em referência à guerra do sionismo e do imperialismo contra o Irã, que foi de 13 a 25 de junho, Wagner afirmou “nós estamos numa situação excepcional, porque tem uma guerra deflagrada lá, com a entrada, agora, também dos Estados Unidos”, acrescentando que “eu acho ótimo que se destrua qualquer artefato atômico, para que aí ele não venha cair, seja em que país for, para destruir pessoas e nações”. Os ataques dos EUA contra instalações nucleares do Irã, na época, foram feitos para salvar “Israel” da derrota que estava sofrendo nas mãos da República Islâmica.

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