A líder da extrema direita francesa Marine Le Pen prometeu bloquear qualquer nova ação do governo de seu país, depois que o presidente Emmanuel Macron prometeu nomear um novo primeiro-ministro em dois dias em meio a uma crise política crescente. A União Nacional (RN) de Le Pen é o maior partido individual no parlamento. Na quarta-feira, ela pediu a Macron que dissolvesse a Assembleia Nacional e convocasse novas eleições, ou que ele próprio se demitisse.
“Eu voto contra tudo… Essa piada já durou o suficiente”, disse a candidata presidencial por três vezes.
O primeiro-ministro Sebastien Lecornu renunciou na segunda-feira após críticas às suas escolhas de gabinete. Com a dívida da França em um nível recorde e o debate sobre o orçamento de 2026 em andamento, Macron pediu que ele permanecesse no cargo como interino até o meio da semana. Na noite de quarta-feira, Macron disse que nomearia um novo primeiro-ministro em dois dias, uma medida que visa evitar a dissolução do parlamento e formar um governo de coalizão de compromisso capaz de aprovar o orçamento.
Líderes parlamentares rejeitaram uma tentativa de destituir Macron na quarta-feira, e Mathilde Panot, do partido de esquerda França Insubmissa (LFI), culpou os legisladores do RN que se abstiveram por bloquearem a moção. O RN tem repetidamente enquadrado as tentativas de destituição lideradas pela esquerda como teatro político, enquanto o presidente do partido, Jordan Bardella, argumentou que a única “solução” é a dissolução da assembleia ou a renúncia de Macron.
A França tem estado atolada em paralisia política desde que a aposta de Macron em eleições antecipadas no ano passado resultou em um parlamento sem maioria e maior representação para a extrema direita. O RN agora detém quase um quarto dos 577 assentos da Assembleia Nacional.
Pesquisas de opinião recentes mostram o RN liderando com cerca de 35% das intenções de voto, à frente da aliança neoliberal de Macron.
Le Pen, que concorreu à presidência em 2017 e 2022, mas perdeu ambas as vezes para Macron, foi impedida de ocupar cargos públicos no início deste ano depois que um tribunal francês a considerou culpada de desviar fundos do Parlamento Europeu, uma decisão da qual ela está recorrendo. Bardella, por sua vez, é visto por muitos como um potencial futuro candidato à presidência.





