Polêmica

Educando para a escravidão

"Jornalista" escreve artigo para protestar contra ato em defesa da resistência palestina realizado em sindicato dos professores

Na esteira de ataques ao Partido da Causa Operária (PCO) por convocar um ato nacional em defesa da resistência palestina, uma tal de Lygia Maria, que se apresenta como jornalista da Folha de S.Paulo, decidiu um artigo em que procura dissimular o seu apoio à política de censura e esmagamento da dissidência impulsionada pelo sionismo e pelo imperialismo.

No texto Radicalismo não combina com educação, a “jornalista” apresenta sua brilhante tese da seguinte forma:

“A sigla de extrema esquerda é nanica, e, a partir de um conceito abrangente da liberdade de expressão, que defendo, todos têm direito a homenagear seus criminosos de estimação, sem serem processados pela Justiça. Assim, o evento não deveria ser digno de atenção. O problema é que será realizado na sede da Apeoesp, sindicato dos professores do estado de São Paulo. Problema moral, não criminal.”

De fato, Maria não chamou a polícia para intervir na questão. No entanto, como ela mesma deixa claro, o objetivo de seu texto é realizar uma pressão “moral” sobre o maior sindicato do País, a Apeoesp. Isto é, uma campanha com o objetivo de fazer com que o sindicato mude de posição.

Mas eis que o jornal em que Maria trabalha é a favor de usar o Estado para proibir a manifestação. O órgão vem dando destaque aos parlamentares que entraram com diferentes representações na Justiça para vetar o ato convocado pelo PCO. O texto de Maria, portanto, serve aos propósitos de censura do jornal, uma vez que ajuda a criar as condições para isso.

O que deixa isso ainda mais claro é que a colunista, que escreve há dois anos para a Folha, nunca se preocupou em escrever sobre “educação”. Sua preocupação é, portanto, a mesma de seus patrões: impedir que a resistência palestina seja defendida. No final das contas, seja de maneira direita ou indireta, Maria revela a mesma mentalidade antidemocrática de Alexandre de Moraes e companhia: se não concordo com uma coisa, então ela não merece ser dita — ou, ao menos, pode ser dita, mas não pode ser ouvida.

Não há problema “moral” algum envolvido. Pode ser difícil para uma jornalista da Folha de S.Paulo entender, mas uma das funções de um sindicato é justamente o de dar espaço para que os diferentes setores da classe operária se manifestem, independentemente se há um acordo entre o objetivo político dessa manifestação e a linha política de quem gere o sindicato. A existência dos sindicatos parte do pressuposto de que, na sociedade capitalista, os trabalhadores não terão meios para se expressar.

Se o PCO não pode defender a resistência palestina na Apeoesp, onde o fará? Na Folha de S.Paulo? Na rede Globo? No Senado Federal que aprovou por unanimidade a criação do dia de amizade entre o Brasil e os genocidas sionistas? Dizer que um partido que atua na base dos professores de São Paulo não tem o direito de defender o seu programa na sede do sindicato dos professores é, obviamente, censura.

Não por acaso, os métodos de Lygia Maria são os mesmos dos que abertamente defendem a censura. A autora usa termos como “nanica” e “criminosos de estimação” para, como ela mesmo diz, transformar a discussão em um debate moral, e não político. E como seu objetivo é desonesto, a “jornalista” acaba se revelando como uma mentirosa:

“Por volta das 7 horas da manhã do dia 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas invadiram Israel, mataram mais de 1.000 pessoas e sequestraram cerca de 200, incluindo mulheres e crianças.”

Nem o Hamas é composto de “terroristas”, nem a guerra entre palestinos e o Estado de “Israel” teve início em 7 de outubro de 2023, nem os palestinos mataram mais de mil pessoas. A verdade sobre o 7 de outubro já veio à tona: o Hamas está travando uma luta de libertação nacional, como resultado de anos de humilhação e opressão do sionismo e do imperialismo, e realizou, naquele dia, uma operação militar, que matou basicamente soldados israelenses. Centenas de mortes naquele dia, principalmente as de civis, foram causadas pelas Forças de Ocupação de “Israel”, conforme admitido pela própria imprensa sionista.

Após mentir descaradamente, a autora nos brinda com seu cinismo:

“Se a pauta é a liberdade do povo palestino, qualquer solução nesse sentido precisa passar não só pelo desarmamento e a saída do poder do Hamas, como por um processo de desradicalização.”

Aqui vemos a típica arrogância de quem tem as mesmas opiniões da Folha de S.Paulo: Lygia Maria não apenas é a favor do lado sionista na guerra contra os palestinos, como ainda quer ditar, para os palestinos, que política eles devem defender. É por isso que o ato do PCO incomoda tanto: os professores não podem discutir aquilo que a direita não quer que se discuta sobre a questão palestina.

As ideias de Lygia Maria são muito bem resumidas pelo título do artigo: “radicalismo não combina com educação”. Isto é, para quem trabalha na Folha de S.Paulo, “educação” não combina com educação. O papel das escolas, para Lygia Maria, é transformar os alunos em escravos, em capachos da burguesia assassina de crianças, que mente e calunia a luta daqueles que dão o seu sangue para libertar o povo.

Essa “educação”, que é a educação de Tarcísio de Freitas e companhia, deve ser jogada na lata do lixo. Só faz sentido travar uma luta pela educação do povo brasileiro se esta educação servir para libertá-lo da escravidão imposta pelo imperialismo.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.