Diversas cidades marroquinas foram palco, na noite de quarta-feira (1º), de intensas manifestações pelo quinto dia consecutivo, em meio a uma onda crescente de protestos contra as políticas do regime e a degradação dos serviços públicos. Em várias localidades, as marchas se transformaram em confrontos sangrentos com as forças de segurança.
Na cidade de Qalí’a, situada a cerca de 500 quilômetros ao sul da capital Rabat, registraram-se as primeiras mortes desde o início desta nova fase de levante popular. As autoridades apressaram-se em justificar o episódio, alegando uma suposta “tentativa de invasão” de delegacias, mas essa versão oficial foi recebida com descrédito generalizado, enquanto aumentam os apelos pela divulgação das gravações das câmeras de vigilância pertencentes à Gendarmaria Real.
Um dia antes, a cidade de Oujda foi abalada por relatos chocantes: veículos das forças de segurança avançaram contra jovens manifestantes, atropelando vários deles. Um dos atingidos teve uma perna amputada e corre o risco de perder a outra, evidenciando a brutalidade da repressão sistemática.
A Anistia Internacional condenou o que classificou como “graves violações de direitos humanos” e “uso excessivo da violência e da repressão” por parte da polícia marroquina.





