Em uma entrevista concedida à Rádio +Brasil na última quinta-feira (25), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, ofereceu uma análise profunda e crítica sobre a situação política e econômica global e nacional.
A principal tese defendida por Pimenta na entrevista foi a de que o capitalismo global está em uma fase terminal. Ele não apenas identificou uma crise, mas a qualificou como um processo de “declínio” irreversível. Em uma de suas falas, ele afirmou que “o capitalismo está numa rota descendente” e que, na sua opinião, “não tem a menor possibilidade de recuperação real”. Para ele, a “economia capitalista só vai afundar”.
Essa visão não é apenas teórica, mas se manifesta em acontecimentos concretos ao redor do mundo. Pimenta mencionou que nos “países imperialistas europeus isso já é uma causa de desestabilização política dos regimes” e que a crise social e a fraqueza do capitalismo são “muito grandes”. Ele também criticou a União Europeia, dizendo que a instituição, que se propôs a trazer prosperidade, “está fazendo água”.
No plano doméstico, Pimenta não poupou críticas às instituições brasileiras. Ele criticou a política do governo atual devido a medidas como o ajuste fiscal e a discussão sobre cortes nos gastos sociais. Indiretamente, ele questionou a falta de atenção aos problemas mais urgentes da população, afirmando que “não adianta nada você falar em democracia e tal, depois o povo morrendo de fome, né?”.
Ainda mais dura foi sua análise sobre o Poder Judiciário. Pimenta defendeu que a atuação de cortes como o Supremo Tribunal Federal (STF) é uma forma de “manipulação judicial”, que, segundo ele, não é “progressista, nem democrática”. Ele alertou para o que considera ser uma “completa deterioração da Justiça no Brasil”, que, em sua visão, se tornou uma “ditadura” que age em função dos interesses do “grande capital brasileiro” e do “imperialismo”.
Os conflitos internacionais também foram um ponto central da entrevista. Pimenta se aprofundou na análise do cenário em Gaza, elogiando a resistência do Hamas e dos palestinos. Ele previu que, embora “Israel” esteja em um momento de “tudo ou nada”, não conseguirá erradicar a resistência palestina, e a solução para o conflito resultará em uma “grande crise para o imperialismo”. Ele defendeu que a solução passa pela criação de um “Estado de verdade”.
Sobre a guerra na Ucrânia, o líder do PCO expressou ceticismo em relação a um fim rápido do conflito, afirmando não haver “nenhum indício no horizonte que essa guerra vai acabar tão cedo”. Ele até mesmo mencionou que “tem gente já falando de ir até 2030”, uma perspectiva que ele considera plausível. A escalada de tensões, incluindo o ataque à indústria automobilística chinesa e o aumento da censura, são, para ele, preparativos para uma guerra mais ampla contra a China e a Rússia.





