Nesta semana, o governo do Mato Grosso do Sul lançou uma enorme ofensiva juntamente com os latifundiários e pistoleiros contra os índios guarani-caiouá. No final de semana, índios guarani-caiouá resolveram realizar retomadas diante da total paralisia do governo Lula na questão das demarcações e apoio às áreas de conflito com os latifundiários e realizaram pelo menos três retomadas nos municípios de Dourados e Caarapó.
Em Caarapó, foram duas retomadas duramente atacadas pelo governo do Estado e outra ocorreu no município de Dourados, onde o Ministério Público Federal (MPF) e políticos ligados aos latifundiários tentaram enrolar mais uma vez os índios.
Em Caarapó, os índios retomaram a Fazenda Ipuitã, área dentro da Terra Indígena Guyraroká. Uma operação de guerra foi montada com mais de 50 policiais fortemente armados da polícia civil, militar e do criminoso Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e realizaram o despejo de maneira ilegal sem ordem judicial e presença da Funai e ao menos dois índios feridos por balas de borracha.
No dia seguinte (23), o governo do estado do ex-tucano Eduardo Riedel enviou a mesma tropa para tentar despejar os guarani-caiouá de Porto Cambira, na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá III, também em Caarapó, e fecharam todos os acessos a área para realizar uma operação ainda mais violenta.
Os índios estavam mais bem preparados e as forças policiais não conseguiram realizar o despejo. Os índios continuam em suas terras.
Em Dourados, após a retomada de mais uma área no Tekoha Avaete II, foi realizada uma ação com um vereador da direita latifundiária que constantemente ataca as retomadas, advogados dos latifundiários e do Ministério Público. Estavam nessa “visita” o policial-vereador da direita Rogério Yuri, que constantemente ataca e ameaça as retomadas do município de Dourados, advogados dos latifundiários e do Ministério Público através do Procurador da República do 1º Ofício de Dourados, Marco Antonio Delfino de Almeida.
A paralisia das demarcações e a falta de perspectiva em avanços nessa área dentro do governo deixam a situação ainda mais crítica.
Isso porque os índios não aguentam mais esperar e serem enganados por sucessivos governos e instituições e estão tomando as rédeas da luta realizando a chamada autodemarcação através das retomadas.
Com o aumento das retomadas e a política de apoio aos latifundiários do governo federal e das instituições, a direita no campo se sente à vontade para atacar violentamente os índios numa tentativa de barrar o processo de autodemarcação.
O governo Lula devido aos acordos é um governo fraco e que apenas segue a política do imperialismo para os índios, de repressão às tentativas de atividades econômicas como o garimpo, exploração madeireira e arrendamentos, e de uma política quase nula de novas demarcações.
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