Quem é Jeffrey Epstein? Para aqueles que não acompanham o noticiário, Epstein era empresário do mercado financeiro, um socialite, amigo de toda a “elite” norte-americana, de grandes empresários como Donald Trump e, supostamente, até de Clinton e Obama.
Epstein agenciava para os seus “amigos” o serviço criminoso da prostituição infantil. Ele teria, inclusive, comprado uma ilha onde organizava festas dessa natureza. A lista de clientes de Jeffrey Epstein nunca foi publicada. O próprio Epstein foi “suicidado” de forma estranha, com câmeras de segurança que funcionaram mal, etc.
Mas o que isso tem a ver com Caetano Veloso? Seria o fato de que a ex-mulher de Caetano e, pelo que parece, parceira em armas, teria começado o relacionamento com ele aos 13 anos? Não, não é isso. Mas que é uma coincidência curiosa, é. Ainda mais quando se leva em conta que a idade de consentimento — isto é, a partir da qual não é crime manter relações sexuais com alguém — é 14 anos no Brasil.
O tema veio à tona ao ver que, na divulgação dos atos apoiados pela Globo neste domingo, Caetano Veloso teve infinitamente mais destaque que Chico Buarque, mesmo sendo infinitamente menos famoso. Existe um motivo para isso.
O que realmente assemelha Caetano ao financista suicidado é o papel de agenciador. Antes que os advogados pulem à chance de conseguir condenações em valores de dezenas de milhões (os quais não tenho e nem imagino o que seria ter), tenho que dizer que não estou acusando-o de agenciar nenhum tipo de pedofilia ou crime similar.
Caetano é um agenciador de esquerdistas. Ele é um homem do sistema. Diferentemente de seu colega Chico Buarque, que sempre foi identificado com o petismo mais tradicional, Caetano é um artista que transita naquelas bandas onde o psolismo encontra o tucanismo.
Caetano Veloso é um artista amigo da Globo. Em 1980, foi tema da série Grandes Nomes da emissora, em plena ditadura. O próprio Chico, que foi capaz de manter uma relação com a Globo, muito pior, visto que foi até banido por ela nos anos 1970.
Veloso, por outro lado, foi colunista do jornal O Globo, teve participação regular em programas da emissora e até foi tema de um documentário, feito pelo Globoplay e publicado em 2020, que retratava os 54 dias em que ficou preso pela ditadura.
Se tudo ficasse restrito ao campo da música, estaria tudo bem e correto. Ocorre que o nosso agenciador é também um político. Não me leve a mal, não há nada de errado em um artista ser político, mas, quando o faz, tem que ser julgado pela sua política. Diferentemente de jogadores de futebol, cantores e outros que apenas manifestaram votos, Caetano não é um torcedor: ele entra em campo.
Chico Buarque, por exemplo, sempre foi um apoiador do petismo em eleições presidenciais, o que mostra um comprometimento com uma esquerda autêntica. O petismo e Lula, com todas as suas falhas colossais, são uma criação genuína do movimento de massas. Mas e quem Caetano apoiou ao longo dos anos?
O nosso agenciador tem uma história mais eclética. Ainda que nunca tenha se apresentado como uma figura de direita, foi — e é — um articulador de todos os tipos de falsos esquerdistas, Cavalos de Troia da burguesia contra o movimento popular.
Caetano votou em Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994 e 1998. Em 2002 disse que ia votar em Lula, mas com uma ressalva: “Eu sou mais o Ciro [que era recém-egresso do PSDB] mesmo”. Em 2006 votou em Geraldo Alckmin (então PSDB). Em 2010 votou em Marina Silva, uma quase-tucana e cria de George Soros. Fez o mesmo em 2014. Em 2018 votou em Ciro Gomes.
O que tudo isso tem de curioso? Em todos os casos, Caetano buscou dar uma face esquerdista à direita; buscou apoiar o Cavalo de Troia. Com a direitização do PSDB, foi obrigado a migrar para Marina Silva; com a direitização desta, foi obrigado a migrar para Ciro Gomes. Em todos esses momentos, diga-se de passagem, ela era apenas mais um violino para a orquestra da Globo e do imperialismo.
Depois de 2018, quando o “cirismo” também se desmoralizou, Caetano embarcou em “criar” novas lideranças. Foi um dos principais promotores de Guilherme Boulos (em 2017, antes de este entrar no PSOL), trazendo-o para seu programa de entrevistas no canal da Mídia Ninja (veículo financiado pela Open Society de George Soros). Trouxe Jones Manoel para o mesmo programa e ajudou a lançá-lo como figura pública. Caetano apoiou Manuela D’Ávila (hoje expoente desta “nova esquerda”) e Sonia Guajajara, uma “pova originária”… do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Todos os candidatos que mostramos têm a mesma característica fundamental: são todos bebês de proveta, fenômenos artificiais, crias da burguesia.
Caetano Veloso tem isso em comum com Epstein: um agenciava prostituição infantil; o outro, prostituição política de esquerdistas. Considerando seu objetivo de ludibriar o povo e mantê-lo na miséria, sou obrigado a concluir dizendo: não, ele não é Jeffrey Epstein. Mas o que fez é melhor do que fazia o suicidado? Não, é apenas diferente.





