Uma van que transportava judeus ultraortodoxos que se recusaram a servir o exército foi parada durante a noite por manifestantes da mesma comunidade, de acordo com as Forças de Ocupação de “Israel”. O incidente ocorreu em meio à escalada de tensões em “Israel” sobre as políticas de recrutamento militar, em função da guerra em Gaza. Os manifestantes, que se opunham às prisões dos recrutas, teriam parado o veículo e entrado em confronto com os soldados.
De acordo com um comunicado militar divulgado na noite de quarta-feira, “vários recrutas foram presos hoje, julgados em processos disciplinares e enviados para detenção militar”. Um dos detidos conseguiu escapar durante o confronto.
Milhares de avisos de alistamento militar foram recentemente enviados a judeus ultraortodoxos, que historicamente estiveram isentos do serviço obrigatório. A pressão para acabar com essas isenções de longa data vem em meio à agressão de “Israel” contra Gaza, que começou após a operação liderada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em 7 de outubro de 2023.
Com a guerra se estendendo para o segundo ano, o “exército” israelense está sob forte pressão. Alguns reservistas serviram por centenas de dias sem rotação. A demanda para recrutar todos os setores da sociedade está crescendo, incluindo pedidos para alistar judeus ultraortodoxos, que atualmente representam cerca de 14% da população judaica de “Israel”.
A imprensa israelense relatou que a van foi parada em uma estrada por dezenas de manifestantes ultraortodoxos, alguns dos quais se sentaram na frente do veículo. Os manifestantes teriam atirado pedras e gás lacrimogêneo contra o transporte militar.
O incidente destaca a divisão cultural e ideológica entre os segmentos seculares e religiosos da sociedade israelense, particularmente em torno da questão do serviço militar obrigatório. Cerca de 66.000 homens ultraortodoxos em idade militar atualmente se beneficiam da isenção.
O primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, e sua coalizão estão agora em uma encruzilhada: a crescente pressão pública para fazer cumprir o alistamento e o apoio político que ele obtém dos partidos ultraortodoxos.
Os esforços para alterar a lei de recrutamento foram adiados, com a imprensa israelense relatando que nenhum debate formal é esperado até depois dos feriados judaicos em meados de outubro. Enquanto isso, a resistência da comunidade ultraortodoxa parece estar aumentando.





