A edição mais recente da Análise Internacional, transmitida ao vivo pelo Diário Causa Operária nesta quinta-feira (17), teve início com a discussão sobre a decisão de Vladimir Zelensqui, presidente ilegítimo da Ucrânia, de suspender o envio de suas tropas para serem treinadas em outros países. O programa é realizado em parceria com o canal Arte da Guerra.
Para Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), isso não indica que a Ucrânia busca o fim da guerra. “O governo Zelensky quer, na realidade, que eles continuem fornecendo armamentos para enfrentar os russos”, disse ele.
A presença de mercenários e “voluntários” estrangeiros no país foi vista como um reflexo da presença de exércitos estrangeiros, indicando uma participação direta das potências imperialistas. Para o dirigente trotskista, o conflito só terminará com a queda de um dos regimes: “ou o regime político russo cai… ou cai o regime político ucraniano, que é bem mais fácil de acontecer do que o russo”. Ele enfatiza que a guerra, para os russos, é de desgaste, com avanço lento e cauteloso para “evitar ao máximo seu desgaste, muito mais do que conseguir um posicionamento mais favorável do ponto de vista territorial”.
Ainda tratando das tensões no Leste Europeu, Pimenta chamou a atenção para a campanha de “desestabilização de regimes em toda a Europa Central, nos Bálcãs, em todos os lugares”. Segundo ele, essa região se tornou uma “espécie de zona de guerra contra os russos”. O Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia teria denunciado uma tentativa de “revolução colorida” na Sérvia, com a União Europeia alimentando um novo “Euromaidan”.
O caso sérvio foi considerado “curioso” devido à sua histórica aliança com a Rússia. A intervenção imperialista, neste caso, visaria criar um “cordão sanitário de países contra os russos”. Pimenta foi categórico ao afirmar que “isso só vai parar de fato se houver um movimento de luta do povo contra a ingerência do imperialismo”.
Da Europa, a Análise passou ao Oriente Médio, com notícias sobre a nova ofensiva israelense sobre a Cidade de Gaza. Para Pimenta, a ação é um “desespero”, uma tentativa de “tudo ou nada” para desmantelar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que ele considera o “grande problema” para o sionismo, já que impede a criação de um “fantoche” como a Autoridade Palestina na Cisjordânia.
Pimenta desmistificou a percepção de “Israel” como uma superpotência, classificando-o como “um paisinho de nada, é insignificante”. Ele argumentou que o poderio militar e econômico do estado sionista é artificial, “sustentado pelo imperialismo” e que, “se o imperialismo tirar o apoio ao pessoal lá… qualquer país da região acaba com eles”.
Por fim, o programa retornou à Europa, desta vez destacando a situação política “explosiva” da França. A convocação de manifestações pelo líder de esquerda Jean-Luc Mélenchon, com a participação dos sindicatos, escancarou a insatisfação popular no país imperialista.
Pimenta utiliza a metáfora do “globo da morte” para descrever a situação de Emmanuel Macron: “se frear ou acabar a gasolina, você cai e quebra o pescoço. Então, ele tem que continuar girando o negócio”. A crise, impulsionada por uma mistura de fatores como as políticas neoliberais de austeridade, a postura antidemocrática do governo e o descontentamento com as guerras na Ucrânia e em Gaza, pode culminar em uma derrubada do governo nas ruas.
Assista na íntegra ao programa Análise Internacional, que também contou com os comentários do analista militar Comandante Robinson Farinazzo, no canal do Diário Causa Operária:





