O ministro da Defesa da Venezuela, o general Vladimir Padrino López, denunciou neste domingo (14) um aumento alarmante nas operações de inteligência aérea por parte dos Estados Unidos no Caribe. Ele afirmou que elas violam as normas internacionais e representam uma provocação deliberada contra a soberania nacional.
O general-chefe da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) alertou que essas operações são realizadas “sem notificar o plano de voo” e atravessam “sem autorização a região de informação de Caracas”. Ele disse que isso poderia causar “acidentes aéreos ali no norte, em nosso Caribe”.
Ao apresentar um balanço das operações realizadas como parte do “Plano Independência 200”, Padrino López detalhou que “isso sempre aconteceu, só que agora eles mudaram de um padrão diurno para fazê-lo à noite e de madrugada e triplicaram em agosto as operações de inteligência e exploração contra a República Bolivariana da Venezuela, e, em setembro, [ocorrem] todos os dias”.
O Vice-Presidente Setorial de Soberania Política, Segurança e Paz detalhou que entre as aeronaves norte-americanas identificadas estão o RC-135, projetado para coletar e processar informações em tempo real, em até 200 milhas, com sistemas de inteligência eletrônica que alcançam “o território venezuelano interno”; além do Boeing KC-135 Stratotanker, avião-tanque para reabastecimento aéreo; e o E-3 Sentry, equipado com sistemas de alerta e controle aerotransportado.
A esse respeito, o ministro enfatizou que a Venezuela “realiza seus processos de inteligência interna e está preparada para cada um desses voos militares dos Estados Unidos”, e assegurou que a nação caribenha está ciente de cada ação que os Estados Unidos realiza, assim como do “desdobramento que a nação norte-americana tem no Mar do Caribe com toda a intenção de semear uma guerra”.
Padrino López garantiu que o governo de Donald Trump quer justificar um “plano de ameaça militar e de intervenção” com o objetivo de retirar do poder o presidente constitucional da Venezuela, Nicolás Maduro. Nesse sentido, ele destacou:
“Sabemos o que estão fazendo, sabemos do desdobramento que eles têm no mar do Caribe. Com toda a intenção de semear uma guerra no Caribe, uma guerra que não queremos os venezuelanos, não querem os povos do Caribe, não querem os povos da América Central”.
O ministro da Defesa também denunciou a agressão perpetrada na última sexta-feira (12) pelo destróier da Marinha dos Estados Unidos USS Jason Dunham (DDG-109) contra o barco de pesca venezuelano “Carmen Rosa”, tripulado por nove pescadores de atum.
A embarcação se encontrava a 48 milhas náuticas a nordeste da Ilha La Blanquilla, em águas da Zona Econômica Exclusiva da Venezuela.
Referindo-se a este tema, Padrino López expressou sua solidariedade com os pescadores e afirmou que a Venezuela garantirá sua proteção: “não caiam no terror, os pescadores da Venezuela têm a proteção do Governo bolivariano, do presidente da república e nós vamos acompanhar nossos pescadores para que exerçam sua atividade produtiva de pesca, devidamente autorizada, em nossos mares e águas jurisdicionais e vamos protegê-los”.




