No artigo Quanto custa um Fux?, publicado pelo Brasil 247, Eduardo Guimarães insinua que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria votado a favor da absolvição de Jair Bolsonaro (PL) porque foi comprado pelo presidente norte-americano Donald Trump.
“É óbvio que esse voto será altamente compensador. Mas que recompensa ele vai ganhar? E mais: quem o recompensará?
O Jair? Haja pix para comprar um Fux, mesmo sendo de segunda mão — a esta altura do campeonato. O PL? Eles não são tão burros. Quem tem dinheiro, então, para adquirir tão valioso voto?
Talvez alguém que ofereça 50 milhões de dólares pela cabeça de um governante do qual gosta ainda menos do que de Moraes. Alguém que sabe que se o STF continua sendo visto como modelo, mundo afora, quando esse alguém for defenestrado do poder poderá ser julgado também.
Alguém cujo nome contenha as letras T, r, u, m, p….”
O que mais chama a atenção neste caso é a ingenuidade do autor. Escrever um artigo para dizer que um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é um corrupto é o mesmo que dizer que a chuva molha.
Os ministros do STF não devem satisfação a absolutamente ninguém. Eles não são eleitos pelo povo. Eles têm mandato praticamente vitalício. Por isso, podem fazer o que bem entender. O Judiciário é, por sua própria natureza, o poder mais propício à corrupção.
Basta analisar o comportamento do Congresso Nacional para se compreender isso. Os deputados votaram a favor da reforma da Previdência. No entanto, para que isso acontecesse, foi necessária uma longa campanha, uma sucessão de crises e uma mudança de governo. Por mais assediados que os deputados fossem, a preocupação com a base eleitoral levou os deputados a hesitarem bastante.
Quando se fala em corrupção no STF, é preciso considerar duas formas de corrupção. A primeira é aquela corrupção direta, voltada a satisfazer os interesses particulares de um determinado indivíduo ou de um lobby. É a famosa “venda de sentença”.
Mas há também a corrupção geral provocada pelo imperialismo. O STF é uma instituição cujo objetivo fundamental no regime político é garantir que os interesses do imperialismo prevaleçam. E isso só pode acontecer, naturalmente, por meio de muitos privilégios, chantagens e vantagens.
Dizer que uma pessoa em específico comprou um ministro do STF em meio a um dos julgamentos mais importantes da história do País é ridículo. O importante, neste caso, não é quem pagou, mas sim que interesses cada juiz representa no momento.
Alexandre de Moraes, que comanda o processo, representa o imperialismo, que quer condenar Bolsonaro para aumentar o controle sobre o regime político. Fux, por sua vez, é o resultado da pressão do bolsonarismo, que se radicaliza cada vez mais com a perseguição política e põe a operação como um todo em xeque.




