Reino Unido

30 pessoas são presas diariamente por postagens na internet

São cerca de 12.000 pessoas presas anualmente por enviar na internet mensagens “grosseiramente ofensivas” ou compartilhar conteúdo considerado “indecente, obsceno ou ameaçador”

Censura

Recentemente, o jornal britânico The Times noticiou que a polícia britânica está prendendo, diariamente, mais de 30 pessoas por postagens nas redes sociais, plataformas e aplicativos de mensagens.

Por ano, o total de prisões chega a 12.000, conforme dados de custódia obtidos pelo jornal, especificando que, já em 2023, agentes da repressão de 37 forças policiais efetuaram 12.183 prisões, equivalente a cerca de 33 por dia. O que significa que as prisões no Reino Unido aumentaram em quase 60% em 4 anos (2019 a 2023).

The Times informa que as prisões são feitas com base na seção 127 da Lei de Comunicações de 2003 e a seção 1 da Lei de Comunicações Maliciosas de 1988.

Estas normas tornaram crime enviar mensagens “grosseiramente ofensivas” ou compartilhar conteúdo de “caráter indecente, obsceno ou ameaçador” na internet, pois isto causaria sofrimento.

Recentemente, o jornal The New York Post noticiou sobre casos de pessoas que foram vítimas dessa lei ditatorial.

Um delas foi Bernadette Spofforth, uma empresária britânica presa por compartilhar uma mensagem desinformativa em seu X. A mensagem em questão culpava imigrantes recem chegados à Inglaterra pelo homicídio de três crianças e o ferimento de outras 10 pessoas em uma oficina de dança. O crime foi cometido por adolescente britânico em julho de 2024. Logo após a notícia do crime, começou ser veiculada a informação falsa sobre o autor do crime. Quando Spofforth reproduziu essa informação, ele também fez constar: “Se isto for verdade”.

Por causa dessa postagem no X, dias depois quatro viaturas policiais apareceram em sua casa e a prenderam. Ela ficou detida por 36 horas por causa de uma mensagem na internet.

Outro caso foi o de Maxie Allen, um produtor de rádio em Hertfordshire. Ele e sua esposa foram presos por causa de comentários postados em um grupo privado de WhatsApp para pais na escola de seus filhos, noticiou o The New York Post. Os comentários eram críticas à lentidão da escola pública em recrutar um diretor substituto. 

Em declaração ao Post, o produtor de rádio afirmou que nunca imaginou “que só por expressar suas opiniões sobre como uma organização era administrada, tentando responsabilizar pessoas em cargos públicos, você seria preso por isso“, acrescentando que “se você tem uma lei vaga e ela é aplicada de forma autoritária e estúpida, isso sempre terminará em lágrimas”.

Em outro caso, uma pessoa foi forçada pela polícia a escrever uma carta pedindo desculpas a um amigo, por um desenho que havia feito deste amigo. Esta pessoa, em uma ligação à emissora britânica de rádio LBC, disse que “eu sou asiático e fiz um desenho de um amigo meu, que também é asiático, e disse: ‘Você parece um terrorista’. E ele reagiu muito bem. Ele achou engraçado”. 

Contudo, uma outra pessoa que viu o desenho não gostou e chamou a polícia, que visitou os amigos, e obrigou aquele que tinha feito a ilustração a pedir desculpas em uma carta, enviada por email. A situação foi classificada como  “incidente de ódio não criminal“, noticiou The New York Post.

Outra pessoa, um homem chamado Dimitrie Stoica, ficou três meses presos por ter feito um vídeo no Tik Tok. Na publicação, ele finge estar sendo perseguido por pessoas de extrema-direita. Ele também teve de pagar uma multa de 200 libras britânicas. A justificativa foi que ele teria enviado “uma comunicação falsa com a intenção de causar danos“.

Uma mulher negra, estudante Jamila Abdi, de 21 anos, foi acusada por “discurso indecente ou grosseiramente ofensivo com o propósito de causar angústia ou ansiedade” depois de ter xingado no X um jogador de futebol negro.

Em outra situação ditatorial, um veterano de 51 anos foi condenado a pagar uma multa de 12 mil dólares por ter rezado em silêncio ao lado de uma clínica de aborto no condado de Dorset.

Os casos de prisões e condenações por falar são milhares. Inúmeros vídeos vem sendo divulgados nas redes sociais, plataformas e aplicativos de mensagens mostrando policiais britânico indo às casas das pessoas para prendê-las por postagens na internet.

E há sinais de que essa situação ditatorial continuará se intensificando: The New York Post informou que o governo britânico, através do Ministério do Interior, anunciou em julho “que estava reunindo uma força de elite de agentes especiais vindos de todo o país para monitorar a fala nas redes sociais”, acrescentando que “o governo do Reino Unido atualizou sua definição de ideologias terroristas para incluir o ‘nacionalismo cultural’, destacando os ocidentais que expressam preocupação com a migração em massa”.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.