Europa

Alemanha tem maior número de desempregados em 10 anos

Desde 2022, com a guerra na Ucrânia, o modelo econômico alemão tem sido impactado, principalmente pelos preços praticados na economia internacional

Em agosto deste ano, o número de desempregados na Alemanha superou a marca de 3 milhões pela primeira vez em 10 anos. Segundo dados do Ministério do Trabalho do país, esse aumento tem pressionado o governo a apresentar resultados rápidos de seus planos de investimento. O total de pessoas desempregadas chegou a 3,02 milhões, um aumento de 46 mil em relação ao mês anterior, sem ajuste sazonal. Em recessão desde 2023, a economia alemã tem enfrentado dificuldades, principalmente nos setores industrial e de exportação, o que forçou a adoção de vários planos sociais.

As informações foram divulgadas pela Agência Federal de Empregos (BA) logo após o anúncio de uma queda no PIB do segundo trimestre de 2025, que foi maior que o previsto (0,3% contra 0,1%). O instituto de estatística Destatis também revelou, em 22 de agosto, que a recessão de 2023-2024 na Alemanha se caracteriza por uma queda mais significativa do PIB do que o estimado: 0,7% em 2023 (em vez de 0,1%) e 0,5% em 2024 (0,3 ponto percentual a menos que a estimativa anterior).

Apesar do aumento no número bruto, a taxa de desemprego ajustada sazonalmente permaneceu inalterada em relação ao mês anterior, em 6,3% em agosto. Esse número está alinhado com as expectativas do mercado, igualando a maior taxa desde setembro de 2020. O número de desempregados registrados, ajustado sazonalmente, teve uma queda de 9 mil em relação ao mês anterior, totalizando 2,957 milhões. Essa é a maior queda em três anos, segundo a medição da força de trabalho civil. Os desempregados registrados são incluídos nas estatísticas do escritório federal do trabalho e compreendem pessoas de 15 a 65 anos que procuram emprego e estão registradas em um centro de emprego apropriado.

“A crise econômica continua a deixar marcas no mercado de trabalho e exige medidas de enfrentamento”, afirmou a Ministra do Trabalho do Partido Social-Democrata, Bärbel Bas. Desde 2022, com a guerra na Ucrânia, o modelo econômico alemão tem sido impactado, principalmente pelos preços praticados na economia internacional, em especial com a importação de energia da Rússia. Essa dependência é um legado da infraestrutura soviética de fornecimento de gás e petróleo para a antiga Alemanha Oriental. Seguindo as orientações de Washington, o bloco europeu tem pressionado seus membros a reduzir as importações de petróleo e gás russos.

Andrea Nahles, atual chefe do escritório de trabalho, reforçou: “O mercado de trabalho ainda é moldado pela recessão econômica dos últimos anos”. Com as imposições ocidentais, a economia alemã está sistematicamente enfraquecida, e com as tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o país pode enfrentar um terceiro ano de crescimento negativo pela primeira vez. A taxa de desemprego, no modelo alemão, se ajusta de acordo com a sazonalidade, permanecendo em 6,3%, conforme a previsão dos analistas do mercado internacional.

A demanda por mão de obra está em queda: em agosto, havia 631 mil vagas de trabalho abertas, 68 mil a menos que no ano anterior. Economistas e associações comerciais afirmam que os investimentos nos planos sociais levarão anos para produzir efeito e que são necessárias medidas adicionais para resolver os problemas estruturais, como a dependência alemã de exportações, que impacta a economia mais representativa do quadro europeu.

“As incertezas econômicas globais e a guerra da Rússia contra a Ucrânia ainda estão levando à fraqueza econômica”, reafirmou a ministra Bärbel Bas. “Questões cíclicas continuam a deixar sua marca no mercado de trabalho e exigem contramedidas”.

Bas declarou que o governo está tomando as medidas necessárias, incluindo um grande investimento na economia com um fundo especial de 500 bilhões de euros em infraestrutura, após flexibilizar as regras fiscais. O principal objetivo é a redução da dependência energética russa, com a construção de terminais de gás natural liquefeito e a assinatura de novos acordos de fornecimento. Um novo contrato de US$ 55 milhões foi firmado com a Noruega, garantindo o fornecimento de aproximadamente 16% do gás que antes vinha pelos gasodutos russos Nord Stream. Para isso, o país está investindo cerca de US$ 6,3 milhões em seis terminais de gás.

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