Coluna

Serviços públicos são uma porcaria porque foram precarizados

Não adianta tentar iludir o povo, as pessoas sabem que os serviços públicos não funcionam

Quem já teve o azar de precisar recorrer a algum órgão público no Brasil, provavelmente passou por maus bocados. Desde a simples emissão de uma certidão, até algo complexo como um tratamento médico, a pessoa quase que invariavelmente precisará passar por longas filas, preencher muitos papeis, e esperar bastante. Esse é o resultado de anos de políticas de austeridade, que mantêm o investimento na máquina pública abaixo do necessário.

Se olharmos o orçamento nacional, veremos que uma parcela pífia é gasta com o que realmente importa para a população. Enquanto a dívida pública consome 42,96% do orçamento, atingindo a astronômica cifra de 1,99 TRILHÃO de reais, a assistência social fica com 5,99% do orçamento, a saúde com míseros 4,16%, e a educação com 2,95%. Essa drenagem vampiresca de recursos para a dívida pública (ou seja, para os bancos) faz com que tenhamos proporcionalmente poucos recursos para os serviços públicos. Um dos resultados negativos disso é que, no Brasil, há uma quantidade de funcionários públicos menor do que a média dos países da OCDE, e é por isso que sempre que vamos a um órgão público ouvimos que não há gente suficiente para atender a demanda.

Infelizmente, o debate sobre a máquina pública está um lamaçal. De um lado, parte da esquerda quer enganar o povo, dizendo que os serviços públicos como o SUS são uma maravilha e funcionam super bem. De outro lado, temos os liberais dizendo que a máquina pública não funciona e, portanto, deve ser enxuta. Acontece que os dois estão errados. Os serviços públicos não são uma maravilha e a máquina pública não precisa ser enxuta. Na verdade, o que precisa ser feito é reconhecer que boa parte dos serviços públicos são uma porcaria porque o dinheiro que poderia ser usado para contratar trabalhadores qualificados, dar melhores condições de trabalho, e efetivamente atender a população, está indo para o bolso dos banqueiros.

Não vamos reverter essa situação mentindo para os trabalhadores. Tão logo alguém se depare com as imensas filas dos serviços, ou vejam os mais de 2 mil casos de pessoas que morrem na fila do SUS, logo desacreditará seu interlocutor. Tampouco resolveremos o problema reduzindo a máquina pública. Sabemos que, inevitavelmente, em reformas administrativas as altas castas com supersalários, como é o caso das altas esferas do judiciário, nunca são afetadas. Elas controlam todo o regime político, e jamais permitirão que suas benesses sejam cortadas. No fim, quem pagará o pato será o servidor do baixo escalão, que recebe no máximo 5 mil reais. Foi assim na reforma administrativa feita por Collor nos anos 1990. Também foi assim na Argentina, através da reforma feita em 1989 por Carlos Menem. Mesma coisa ocorreu com as reformas de Fujimori no Peru nos anos 1990. Por que vai ser diferente agora?

O que precisa ser feito é mudar o paradigma da dívida pública no Brasil. Todos os bancos precisam ser estatizados, para assim remover as amarras do orçamento, e usar a riqueza que temos para efetivamente investir nos serviços públicos brasileiros. Não dá mais para aceitar a falta de gente suficiente para lidar com as demandas públicas do país, causada pelo roubo sistemático da riqueza nacional pelos bancos.

* A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a deste Diário

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