O governo húngaro do primeiro-ministro Viktor Orbán, do partido Fidesz (de extrema direita), e o governo da Eslováquia do primeiro-ministro Peter Pellegrini, do partido Voz (social democrata), afirmam que o fornecimento de petróleo vindo da Rússia pode ficar suspenso. Isso se deve aos ataques realizados pela Ucrânia contra a Rússia, especialmente a instalações petrolíferas, visando o enfraquecimento do fornecimento de insumos para a frente russa nas áreas que se incorporaram ao país eslavo, nesta sexta-feira (22).
Com o conflito entre Ucrânia e Rússia, houve uma ampliação das ações militares em ataques contra a infraestrutura energética nas últimas semanas. A União Europeia tem reduzido a importação de fontes energéticas da Rússia desde o início da operação militar especial russa em 2022, pressionando seus membros através da Comissão Europeia, presidida por Ursula von der Leyen, para a eliminação gradual do consumo de petróleo e gás russos.
Essa imposição de uma política energética por parte da direção do bloco europeu cria um conflito nos países da Europa Central. A União Soviética fornecia petróleo e gás para o antigo bloco econômico da Comecon, especialmente através de uma principal rede de oleodutos, um legado soviético, passando pela Ucrânia, Hungria e Eslováquia (na antiga Checoslováquia). Os governos eslovaco e húngaro rejeitam a eliminação gradual do petróleo e gás russos, pois suas economias dependem desse fornecimento. Como parte da defesa de seus interesses nacionais, rejeitam as sanções do bloco europeu.
A crise se intensificou há duas semanas, quando o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, afirmou em uma publicação no Facebook, na segunda-feira (18), que o fornecimento de petróleo bruto russo para seu país foi interrompido após a Ucrânia atacar uma estação transformadora de oleoduto em Briansk. Em resposta, o chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, disse que a Hungria “pode mandar suas reclamações à Rússia”.
Na rede social X, o ministro das Relações Exteriores ucraniano afirmou:
“Foi a Rússia, não a Ucrânia, que iniciou esta guerra e se recusa a encerrá-la. Há anos a Hungria ouve que Moscou é um parceiro pouco confiável. Apesar disso, a Hungria tem feito todos os esforços para manter sua dependência da Rússia.”
Para a Hungria, os ataques ucranianos contra o fornecimento de petróleo russo comprometem sua economia. O chanceler húngaro afirmou: “Este último ataque contra nossa segurança energética é ultrajante e inaceitável”.
O ataque ucraniano realizado contra as instalações petrolíferas russas impactou pela segunda vez o fornecimento para a Hungria e a Eslováquia, depois de uma breve interrupção da segunda para a terça-feira da semana passada. Na noite de quinta-feira, os militares ucranianos informaram que atacaram novamente a estação de bombeamento de petróleo Unecha, uma instalação essencial da rede de oleodutos russo Druzhba, que se destina à Europa.
Uma fonte russa disse que os suprimentos podem ser interrompidos por alguns dias. No entanto, o Ministério da Defesa da Rússia não comentou a situação envolvendo a estação de bombeamento.
A Ucrânia, em seus ataques, tem procurado danificar várias refinarias, visando interromper o fornecimento de energia para a economia, o exército e o governo russos.





