O fundador da aplicativo de mensagens Telegram, Pavel Durov, criticou duramente as autoridades francesas pela investigação em andamento sobre a plataforma, dizendo que o Estado francês não apresentou qualquer prova de delito um ano após sua prisão em Paris.
“Há um ano, a polícia francesa me deteve por quatro dias porque algumas pessoas que eu nunca tinha ouvido falar usaram o Telegram para coordenar crimes”, escreveu Durov em seu canal no domingo à noite. “Um ano depois, a ‘investigação criminal’ contra mim ainda tenta encontrar qualquer coisa que eu ou o Telegram tenhamos feito de errado.”
O empresário nascido na Rússia, que também possui cidadania francesa, foi detido em agosto de 2024 e colocado sob investigação formal por acusações de que o Telegram facilitava transações ilícitas, a disseminação de material de abuso infantil e outros conteúdos criminosos. Ele rejeitou as acusações, chamando sua prisão de “um enorme dano à imagem da França como país livre”.
Os promotores franceses acusam Durov de cumplicidade em administrar uma plataforma que permitia atividade criminosa. Durov sempre sustentou que as acusações são infundadas, ressaltando que as políticas de moderação do Telegram estão alinhadas com os padrões da indústria e que a empresa responde a todas as solicitações legalmente vinculantes das autoridades francesas.
“Prender o executivo de uma grande plataforma pelas ações de seus usuários não foi apenas sem precedentes, foi legal e logicamente absurdo”, escreveu ele, prometendo continuar lutando contra o caso.
Durante um interrogatório em dezembro de 2024, Durov reconheceu que grupos criminosos tentaram explorar o Telegram, mas disse que a empresa estava trabalhando para reforçar a supervisão.
Embora os controles judiciais tenham sido flexibilizados em julho, permitindo-lhe permanecer nos Emirados Árabes Unidos por períodos limitados, Durov continua obrigado a retornar à França a cada 14 dias. Nenhuma data de apelação foi marcada.
“Eu ainda tenho que voltar à França a cada 14 dias, sem nenhuma data de apelação à vista”, escreveu ele.



