Nessa sexta-feira (22), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, iniciou sua participação no programa Entrevista com Attuch, da TV 247, falando sobre o legado do revolucionário Leon Trótski, assassinado há 85 anos. Ele argumentou que, ao contrário do mito popular que o associa a um idealismo utópico, Trótski era um político extremamente realista. Como prova, citou o papel de Trótski na insurreição de outubro e na organização do Exército Vermelho, que ele criou praticamente do nada, chegando a seis milhões de homens no meio da guerra civil. Um exemplo notável de seu realismo, segundo Pimenta, foi o recrutamento de 300 mil oficiais do exército czarista que estavam presos.
Em contrapartida, Pimenta classificou o stalinismo como uma “degeneração” que manchou a imagem do marxismo. Ele o descreveu como um “pragmatismo sem princípio” e uma “máquina monstruosa de mortes e assassinatos”. Pimenta acusou José Stálin de ter enterrado diversas revoluções, como na Espanha e na França, e de ter orientado a capitulação do Partido Comunista Alemão diante de Hitler. Além disso, destacou que Stálin foi um dos responsáveis pela criação do Estado de “Israel”, ao fornecer armamento aos sionistas através da Checoslováquia. Para Pimenta, isso torna a história do stalinismo “horrível” e um fator que contribuiu para a imagem negativa do comunismo como algo “selvagem, bebedor de sangue”.
A guerra na Ucrânia foi analisada como uma “derrota muito grave” para o imperialismo. Pimenta foi enfático ao afirmar que os ucranianos são “bucha de canhão” em uma guerra travada pelos Estados Unidos. Ele descreveu a Ucrânia como um “terreno de combate” que foi alugado pelo imperialismo para lutar contra a Rússia, cujos soldados são agora fornecidos pelo exterior.
O presidente do PCO também expressou grande preocupação com a situação na Venezuela, alertando para o risco de uma ação militar e de um bloqueio total. Ele criticou o governo Lula por não ter se pronunciado contra a presença da frota norte-americana em águas venezuelanas, o que Pimenta vê como uma “ameaça direta ao Brasil”. Ele defendeu que o governo brasileiro deveria ter normalizado as relações com a Venezuela e se oposto a qualquer ingerência, venha de onde vier. Para Pimenta, o imperialismo, especialmente os Estados Unidos, é o país “mais odioso e criminoso que existe no mundo”.
A discussão sobre a política brasileira começou com a situação de Jair Bolsonaro (PL). Pimenta defendeu que a exclusão de Bolsonaro das eleições por via judicial é um “golpe” contra o processo democrático, seguindo o padrão de 2018 com Lula. Ele argumentou que, em um regime democrático, a escolha de quem pode ser candidato deve pertencer ao povo, não ao Judiciário. Para Pimenta, o sistema político brasileiro é “vergonhoso” e “lamentável”, funcionando como uma fachada para a dominação do grande capital e do imperialismo.
Sobre a regulamentação das redes sociais, Pimenta expressou uma forte condenação da lei que impõe controles parentais sobre o uso de celular por menores. Ele qualificou a medida como “ditadura obscurantista” e uma “coisa monstruosa”, que nada tem a ver com o combate à pedofilia. Ele argumentou que a lei é uma forma de censura política, projetada para reprimir a mobilização de jovens, que historicamente tiveram um papel crucial em lutas como a de 2013 contra a repressão.





