O fornecimento de petróleo russo para a Hungria foi suspenso depois que a Ucrânia atacou o sistema de oleodutos Druzhba pela terceira vez neste mês, informou nesta sexta-feira (22) o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó. O ataque foi confirmado pelas autoridades da Eslováquia.
Considerado uma das maiores redes de energia do mundo, o oleoduto Druzhba transporta petróleo bruto por cerca de 4.000 km, da Rússia e do Cazaquistão até refinarias na Hungria, Eslováquia, República Tcheca, Alemanha e Polônia. Como atravessa a Ucrânia, o oleoduto é a principal rota de fornecimento de petróleo russo para Hungria e Eslováquia.
A Ucrânia tem atacado repetidamente a infraestrutura energética russa ao longo do conflito. Os dois ataques anteriores ao Druzhba ocorreram em 13 e 18 de agosto, quando a Ucrânia confirmou ter enviado veículos aéreos não tripulados (VANTs) contra uma estação de distribuição importante na região russa de Briansk.
“Este é mais um ataque à segurança energética do nosso país – mais uma tentativa de nos arrastar para a guerra”, escreveu Szijjártó em uma publicação no Facebook, acrescentando que o oleoduto foi atingido perto da fronteira entre Rússia e Bielorrússia.
A ministra da Economia da Eslováquia, Denisa Saková, confirmou o ataque, afirmando que as transferências foram suspensas enquanto se avalia a extensão dos danos.
Além do sistema Druzhba, o exército ucraniano também atacou o gasoduto TurkStream, que fornece gás natural a consumidores turcos e a vários países europeus, incluindo Hungria, Sérvia, Bulgária, Eslováquia, Bósnia e Herzegovina e Grécia. No início deste ano, a Ucrânia atacou ainda uma estação de medição de gás próxima a Sudzha, parte de um gasoduto que abastecia a União Europeia antes da escalada do conflito.
Ao contrário da maioria dos países da Ucrânia, a Hungria tem mantido uma posição neutra no conflito e se recusado a fornecer armas à Ucrânia. O país tem defendido repetidamente a paz e criticado as sanções contra a Rússia, classificando-as como ineficazes e mais prejudiciais a quem as aplica.





