Oriente Próximo

Vem aí uma nova guerra entre ‘Israel’ e Irã?

Entidade sionista fracassou completamente no último conflito

No último sábado (16), o jornal libanês Al Akhbar publicou uma extensa análise sobre a possibilidade de uma nova guerra entre Irã e “Israel”, um confronto que, segundo seus especialistas, pode se deflagrar ainda neste mês de agosto ou antes de dezembro. O texto alerta que a chamada “segunda rodada” das hostilidades seria “mais violenta e sangrenta” que a primeira, colocando em risco não apenas o equilíbrio de forças no Oriente Próximo, mas também a posição dos Estados Unidos na região.

A análise do Al Akhbar se baseia em um relatório publicado dias antes pela revista norte-americana Foreign Policy, assinado por Trita Parsi, vice-presidente do Quincy Institute for Responsible Statecraft, que revisitou as lições da guerra entre Irã e “Israel” ocorrida em junho passado. Segundo Parsi, “Israel” fracassou em dois dos três grandes objetivos que perseguia e, diante disso, teria fortes incentivos para uma nova ofensiva militar contra o Irã.

O artigo lembra que, para além da retórica sobre o programa nuclear iraniano, o verdadeiro alvo de “Israel” era “a alteração do equilíbrio estratégico do Oriente Médio”. O Irã, ainda que não tenha oficialmente armas nucleares, possui capacidades militares e uma rede de aliados regionais que desafiam a supremacia israelense.

De acordo com Parsi, citado pelo Al Akhbar, “Israel” entrou na guerra de junho com três objetivos centrais:

  1. Arrastar os Estados Unidos para um conflito direto com o Irã;
  2. Eliminar a liderança política e militar de Teerã (“cortar a cabeça do regime”);
  3. Transformar o Irã em uma “nova Síria ou Líbano”, ou seja, um território vulnerável a bombardeios israelenses sem grandes custos políticos ou militares.

O primeiro objetivo — envolver os Estados Unidos — foi obtido de maneira muito limitada. O então presidente norte-americano, Donald Trump, autorizou ataques contra instalações nucleares iranianas, mas, de acordo com Parsi, o fez de forma calibrada para evitar um confronto direto e prolongado.

Já os outros dois pontos terminaram em fracasso total. Apesar de perdas significativas — com a morte de 30 comandantes e 19 cientistas nucleares iranianos —, o Irã conseguiu restabelecer rapidamente sua cadeia de comando e lançar uma pesada resposta com mísseis. Além disso, o Irã mostrou-se capaz de resistir sem se transformar em uma “Síria 2.0”, já que os bombardeios israelenses encontraram limites diante da resposta iraniana.

O Al Akhbar destaca uma frase central do relatório: “Israel fracassou em transformar o Irã em uma nova Síria e não conseguiu impor uma hegemonia aérea sustentada sem apoio americano”.

Outro ponto ressaltado pelo portal libanês é que a ofensiva de junho produziu efeitos políticos inversos aos esperados dentro do Irã. Ao contrário de enfraquecer o regime, o ataque fortaleceu o sentimento nacionalista e uniu diferentes setores da população contra a ameaça externa.

Segundo a análise, “Israel” esperava que o assassinato de altos comandantes da Guarda Revolucionária levasse a protestos internos contra o governo iraniano. O resultado, no entanto, foi o oposto: “os iranianos, mesmo os críticos do sistema, se alinharam em torno da bandeira, se não exatamente em torno do regime”, descreve o Al Akhbar.

Em vez de desgastar a legitimidade da liderança, a guerra acabou por fortalecer a coesão da sociedade iraniana.

O jornal libanês ressalta ainda que, para analistas como Parsi, a política militar de “Israel” segue baseada na doutrina conhecida como “mowing the grass” (“cortar a grama”). Trata-se de realizar ataques recorrentes e preventivos contra os inimigos — no caso, o Irã e o Eixo da Resistência — para evitar que adquiram capacidades de dissuasão capazes de igualar o poder militar israelense.

Nesse sentido, a reconstrução acelerada da infraestrutura iraniana após a guerra de junho reforça a percepção de que um novo ataque deve ocorrer em breve, antes que o Irã recupere totalmente sua capacidade de mísseis, defesas aéreas e programas nucleares.

Ao concluir sua análise, o Al Akhbar ressalta que a possibilidade de uma nova guerra não é mera especulação: há sinais concretos de que a escalada pode ser iminente. Para os israelenses, o tempo corre contra eles; para os iranianos, cada semana de reconstrução aumenta sua capacidade de dissuadir ataques.

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