Na Análise Política da Semana, transmitida ao vivo pela Causa Operária TV neste sábado (16), o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, destacou que a ofensiva contra a liberdade de expressão é hoje uma questão central da política internacional e nacional. A discussão ganhou força após a divulgação do vídeo publicado pelo youtuber conhecido como “Felca”, usado como pretexto para justificar a regulação das redes sociais no Brasil.
Pimenta começou o programa analisando a situação internacional. Ele mencionou que a União Europeia aprovou uma legislação que permite a prisão de jornalistas em nome do “interesse público”, um passo que classificou como “bastante agressivo” e vinculado à preparação de uma guerra contra Rússia e China.
“A democracia, para sobreviver, liquida a si mesma”, afirmou, explicando que o regime de aparência democrática serve de “prêmio de consolação para os derrotados”, mas que, diante da crise, a burguesia suprime até esse espaço.
Segundo Pimenta, todas as liberdades políticas dependem da liberdade de expressão, que está sendo minada. “Se você não pode falar, você não pode manifestar, não pode organizar. É a liberdade essencial de todas”, disse. Ele criticou o argumento de que “nenhum direito é absoluto”, apontando que essa retórica é usada para justificar leis que incriminam o apoio à resistência palestina ou a movimentos classificados como “terroristas”. Ele lembrou que até Nelson Mandela e o Congresso Nacional Africano já foram rotulados dessa forma.
O dirigente do PCO mencionou o caso de Isabela Cepa, que recebeu asilo político na União Europeia após ser processada no Brasil por declarações contra a deputada Érica Hilton. Para Pimenta, trata-se de um exemplo de como o identitarismo se transformou em uma “política policialesca”: “Não é um movimento social, é um movimento de calar, prender, punir e perseguir”. O PCO, disse ele, se coloca contra qualquer tipo de opressão, vinda do Estado ou de seus instrumentos.
Sobre o episódio que dominou a imprensa na semana, Pimenta classificou o vídeo produzido por Felca como uma farsa. “É grotesco. Mostra crianças dançando funk como se fosse uma grande revelação, quando isso é parte da realidade social brasileira”, afirmou. Para ele, a repercussão foi orquestrada para impulsionar a aprovação de leis que cerceiam a Internet sob o pretexto de proteger as crianças. “O bolo é a censura política, a criança é só a cereja”, resumiu.
Ele citou a minuta obtida pela Folha de S. Paulo, que prevê proibir o acesso de menores de 12 anos às redes sociais e obrigar adolescentes de até 16 anos a usarem contas vinculadas aos pais. “É a censura política dentro das famílias. O jovem secundarista que quiser militar não vai poder, porque o pai bolsonarista vai proibir. É um projeto totalitário”, denunciou.
Outro ponto destacado foi a denúncia publicada pela RT Brasil sobre a infiltração do Mossad nas polícias brasileiras desde os anos 1970. Documentos e entrevistas apontam desde o assassinato de militares ligados ao programa nuclear até o uso de softwares israelenses para vigiar cidadãos. “Um país cuja polícia está infiltrada nesse nível não tem soberania nenhuma”, disse.





