Brasil

Prisão de Bolsonaro faz popularidade de Lula cair

Secom constatou que, até a prisão de Bolsonaro, decretada pelo STF, vinha crescendo o sentimento nas redes de que Lula estava defendendo o Brasil contra as medidas de Donald Trump

Nesta quarta-feira (13), o jornal Folha de São Paulo noticiou, através da colunista Mônica Bergamo que análise de dados feita pela Secretaria de Comunicação (Secom), constatou que a popularidade do presidente Lula e do Supremo Tribunal Federal diminuíram em razão da perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente após ter sido decretada sua prisão.

A análise feita pela Secom chama-se “sentimetria”. Ela é feita diariamente e tem como finalidade avaliar os “sentimentos” dos usuários através de suas manifestações nas redes sociais, qualificando as percepções como positivas, negativas ou neutras.

A Secom constatou que, até a prisão de Bolsonaro, decretada pelo STF, vinha crescendo o sentimento nas redes de que Lula estava defendendo o Brasil contra as medidas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Igualmente, havia uma curva crescente na percepção de que Bolsonaro e sua família estava traindo o país, ao fazer lobby para que o governo aumentasse as tarifas de importações sobre os produtos brasileiros, utilizando como justificativa a perseguição do STF a Bolsonaro e bolsonaristas.

Contudo, a Secretaria também constatou que, depois que o Supremo decretou a prisão de Bolsonaro, em 4 de agosto, a curva de percepção favorável a Lula e ao STF estacionou, ao mesmo tempo em que aumentaram as manifestações online citando Bolsonaro como vítima de humilhação.

A prisão de Bolsonaro foi decretada no dia 4 de agosto. No dia anterior, no domingo, várias manifestações em apoio a Bolsonaro ocorreram em diversas cidades do país. Na manifestação que ocorreu no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro cumprimentou os manifestantes pelo telefone, em ligação feita por seu filho Flávio Bolsonaro. Essa participação remota na manifestação foi utilizada como pretexto para Alexandre de Moraes decretar a prisão domiciliar de Moraes.

Está não foi a única decisão absurda proferida pelo STF ao longo dos anos contra o ex-presidente.

Em 18 de julho de 2025, após a Procuradoria Geral da República ter oferecido denúncia contra Bolsonaro por crimes não cometidos (ex: o suposto golpe de Estado), Moraes impôs uma série de restrições a Bolsonaro: tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, restrições de contato com embaixadas e autoridades estrangeiras, além do bloqueio de redes sociais.

Em 21 de julho de 2025, após Bolsonaro ter sido entrevistado por jornalistas no Congresso Nacional, Moraes proferiu decisão na prática banindo Bolsonaro das redes sociais, incluindo transmissões, retransmissões ou divulgação de áudios, vídeos ou transcrições.

Essa decisão aprofundou a crise e, em 24 de julho, Moraes proferiu despacho esclarecendo os termos da decisão. O ministro alegou que Bolsonaro não estava proibido de dar entrevistas, mas que qualquer divulgação por terceiros nas redes sociais poderia caracterizar descumprimento de medida cautelar, e resultar na prisão de Bolsonaro.

Tais decisões arbitrárias e persecutórias não ficaram a restritas ao ex-presidente, mas também atingiram vários outros políticos e personalidade adeptas ao bolsonarismo, a exemplo do deputado federal Daniel Silveira, 16 de fevereiro de 2021, por ordem de ministro Alexandre de Moraes, após divulgar um vídeo falando contra ministros do STF.

A arbitrariedade também atingiu pessoas comuns que fazem parte do bolsonarismo. O exemplo persecutório de maior destaque é o processo contra os manifestantes do 8 de janeiro. 

Por causa de uma mera manifestação, que ocupou um órgão público, e teve uma quantidade muito limitada de “vandalismo”, inúmeros manifestantes foram condenados por uma miríade de crimes, inclusive por golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada (sendo que ninguém estava armado). A maioria dos que foram condenados, tiveram pena de mais de 10 anos de prisão. 

Um dos manifestantes presos arbitrariamente foi Clériston Pereira da Cunha, que morreu na prisão em 20 de novembro de 2023. Outro manifestante vítima da arbitrariedade de Alexandre de Moraes do STF é Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira que foi presa, na realidade, simplesmente por ter escrito a frase “Perdeu, mané” com batom na estátua “A Justiça”, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A frase havia sido dita pelo ministro Luís Roberto Barroso em outra ocasião.

Neste período, o presidente Lula constantemente defendeu as medidas arbitrárias do STF e de Moraes contra Bolsonaro, embarcando na política de repressão judicial sob o pretexto de defesa da democracia e combate ao fascismo. Recentemente, Lula disse que Bolsonaro “está tendo o que eu não tive, ele está tendo presunção de inocência. Ele está tendo o direito de se defender”. Em seguida, e paradoxalmente, Lula afirmou que Bolsonaro “sabe que ele é culpado, porque tramou matar o Lula, o Alckmin e o Alexandre de Moraes”.

O povo brasileiro não gosta de repressão. Quanto mais o presidente Lula se manter vinculado a Alexandre de Moraes e a esta política repressiva e arbitrária do STF, política que vêm do imperialismo, sua popularidade tenderá a cair cada vez mais, e a de Bolsonaro a aumentar, na medida em que ele continuar sendo vítima da perseguição de Moraes e do Supremo.

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