O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) emitiu nesta quarta-feira (13) um comunicado oficial conclamando o povo palestino a transformar a próxima sexta-feira, 15 de agosto, em um “dia de fúria generalizada” contra a guerra de extermínio em Gaza e aintensificação da política de ocupação na Cisjordânia.
A convocação acontece em meio à crescente tensão na região, marcada por meses de bombardeios, bloqueios severos e o agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza. No comunicado, o Hamas denuncia a escalada dos assentamentos israelenses como parte de um “plano criminoso de anexação” liderado pelo governo de extrema-direita de Israel, especificamente pelo ministro das Finanças, Bezalel Smotrich. O plano inclui a construção de mais de 3.400 novas unidades habitacionais em colônias ilegais, o que, segundo o grupo, visa consolidar o controle israelense total sobre a Cisjordânia.
“A verdadeira resposta a esses projetos criminosos está no campo de batalha, na escalada popular e na resistência por todos os meios”, afirma o texto, publicado pelo canal oficial do Hamas no Telegram.
O movimento pede ampla participação de palestinos em todas as cidades, vilarejos e campos de refugiados da Cisjordânia nas manifestações previstas para a sexta-feira. O objetivo é demonstrar rejeição aos planos de colonização e enviar uma mensagem de unidade nacional em defesa da terra e do direito à autodeterminação.
Além disso, o Hamas convoca todas as facções políticas palestinas — tanto islâmicas quanto seculares — além de sindicatos, movimentos juvenis e comitês populares, a se unirem em torno do que chama de “resistência contínua”.
“Esta terra abençoada é direito exclusivo do nosso povo. Não permitiremos que a ocupação a roube ou deturpe sua identidade”, declara o comunicado.
O grupo também encoraja a realização de manifestações em apoio à causa palestina em outras partes do mundo, como forma de pressionar a comunidade internacional a agir contra os planos de anexação e em favor da abertura de corredores humanitários em Gaza.
A mobilização proposta pelo Hamas ocorre num momento particularmente sensível. Nos últimos meses, os combates intensificaram-se, com relatos frequentes de mortes civis em Gaza, ataques a jornalistas, e o colapso quase total de serviços essenciais como água, energia e saúde.
Leia a declaração na íntegra:
“Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
Façamos da próxima sexta-feira um dia de fúria generalizada e uma causa nacional unificada em apoio à Faixa de Gaza e rejeição ao plano de controle sobre a Cisjordânia.
Diante da contínua guerra de extermínio, cerco e fome na Faixa de Gaza, e da escalada do projeto de assentamento liderado pelo governo de ocupação fascista — cujo mais recente capítulo é o plano do ministro das finanças Bezalel Smotrich de construir mais de 3.400 unidades e convocar à total dominação da Cisjordânia — afirmamos que a verdadeira resposta a esses projetos criminosos está no campo de batalha, na escalada popular e na resistência por todos os meios.
Convidamos nosso povo em todas as cidades, vilas e campos da Cisjordânia a participar amplamente das atividades de fúria e apoio na mobilização da próxima sexta-feira, em defesa de nossa terra, casas e fazendas, contra os planos de anexação e confisco que visam nos arrancar da nossa terra e nos privar do direito a uma vida digna.
Também conclamamos todas as facções nacionais e islâmicas, forças políticas, movimentos juvenis, comitês populares, sindicatos e associações a unirem fileiras e apoiarem nosso povo nas áreas ameaçadas pelos assentamentos e confisco.
Esta terra abençoada é direito exclusivo do nosso povo. Não permitiremos que a ocupação a roube ou deturpe sua identidade. As manifestações — que devem se intensificar dentro da nossa terra e em todos os países do mundo — são mensagens de fúria e desafio: a ocupação não permanecerá, e o projeto de anexação cairá pela vontade do povo e sua resistência contínua.”





