Nesta semana está sendo noticiado um aumento vertiginoso no preço de hotéis e instalações em Belém, Pará, para a época da da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que está prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.
Dentre os inúmero casos, há o de um hotel que mudou de nome e subiu sua diária de R$70 para um preço entre R$5,6 mil e R$7 mil para a semana da COP 30.
A situação está servindo de motivo para uma campanha de desmoralização do governo Lula, que é o grande patrocinador do evento.
O jornal golpista Folha de São Paulo publicou matéria afirmando que “preço das diárias virou crise internacional”, e que “os hotéis de Belém se recusam, há dois meses, a prestar informações à Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, requisitadas pelo órgão no âmbito de processo que apura a irregularidade dos preços exorbitantes”.
Segundo a Folha, “a infraestrutura de Belém vem sendo questionada desde que a cidade foi escolhida para sediar a COP30 e nas últimas semanas o preço da hospedagem tornou-se o epicentro de uma crise”.
O jornal golpista também informa que vários países “assinaram uma carta pressionando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a mudar ao menos parte da conferência para outra cidade”. Citando notícia da agência britânica Reuters, o jornal informou também que a UNFCCC (órgão da ONU) realizou uma reunião de emergência para tratar do tema.
Sobre esta reunião, Richard Muyungi, presidente do Grupo Africano de Negociadores, que convocou a reunião, disse à Reuters que “recebemos a garantia de que revisitaremos isso no dia 11 para ter certeza se a acomodação será adequada para todos os delegados“. Ele afirmou também que “não estamos prontos para reduzir os números. O Brasil tem muitas opções em termos de ter uma COP melhor, uma boa COP. Por isso, estamos pressionando para que o Brasil forneça respostas melhores, em vez de nos dizer para limitar nossa delegação“.
Em declaração sobre o aumento exorbitante dos preços de diárias, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no Pará afirmou que “certamente [as empresas] estão aplicando uma lei antiga: oferta e procura“.
Falando ao G1, o dono do estabelecimento citado no início dessa matéria colocou a situação na mão do governo, afirmando que “a gente só está aproveitando o momento. Se esse momento e o que a gente está cobrando tiver alguma questão ilegal ou que a gente esteja cobrando acima do que é permitido, que alguém solte alguma nota, que o governo se pronuncie, que as instituições, as repartições falem para a gente e guiem a gente, direcionem a gente sobre esse mercado”.
Prestando informações à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, o presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, afirmou que “tudo está muito acima do que acontece em outras COPs. Ou seja, nas outras COPs a estimativa […] é que os preços dobram ou multiplicam por três”.
Em encontro realizado pela Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE) em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), ele também informou que “há uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos que estão sendo cobrados”, acrescentando que “ficou público que países estão pedindo para o Brasil tirar a COP de Belém”.
Contudo, durante a prestação de informações à Câmara dos Deputados, ao falar sobre a possibilidade de mudar a conferência para outra cidade, ele disse que “não há ‘plano B’, o ”plano B’ é Belém. Então, ‘B’ de Belém“.
Seja a situação dos preços exorbitantes real ou não, ela está se aproveitando para realizar uma campanha de desmoralização do governo Lula em torno da COP 30. O objetivo é fazer com que a COP não seja em Belém, o que seria uma derrota política, visto que Lula desde o início do governo vem defendendo a realização do evento na cidade, ou para preparar o terreno para um grande boicote à conferência.
Embora a COP 30 seja uma conferência da política ambiental do imperialismo, que serve para impedir o desenvolvimento dos países oprimidos, a atuação da imprensa golpista nesse caso é uma tentativa de enfraquecer e humilhar ainda mais o governo Lula, enfraquecendo ainda mais, tanto no cenário internacional, quanto no cenário nacional.



