Está acontecendo em Brasília, de 2 a 8 de agosto, a IV Marcha das Mulheres Indígenas onde, segundo os organizadores, participaram cerca de cinco mil índias de todo o Brasil. A marcha, apesar de ser um evento importante e de mobilização das índias, apresentou pouca ou nenhuma reivindicação dos problemas reais dos índios e muito menos da mulher, pois está organizada e financiada por diversas ONG`s que recebem dinheiro dos países imperialistas.
Uma maneira de verificar essa influência e a falta de reivindicações das índias está no tema: “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”. A Marcha entregou ao Congresso Nacional um documento chamado de “Carta dos Corpos-Territórios em Defesa da Vida”.
Outro dado importante é que uma das principais organizadoras do evento, a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas, Guerreiras das Ancestralidades (ANMIGA) é financiada pelo Think Tank Fundo Brasil, que recebe recursos de diversas ONG`s imperialistas, como a Open Society e a Fundação Ford. Somente em 2014, a ANMIGA recebeu R$ 100 mil para organizar suas atividades.
Com isso é preciso romper com essas organizações que não defendem as índias e utilizam o movimento para impor uma plataforma com interesses dos países europeus e dos EUA, que não tem qualquer relação com as verdadeiras reivindicações das mulheres indígenas. O evento somente discute questões “ambientais” duvidosas e que não correspondem aos direitos e reivindicações das mulheres.
A confirmação é que as ONG`s e os parlamentares que participam do evento apresentaram a mobilização contra o PL do Licenciamento Ambiental. E também com a participação das ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Márcia Lopes (Mulheres), Margareth Menezes (Cultura) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania, todas ligadas as ONG`s e Think tanks imperialistas.
As mulheres indígenas são um dos setores mais oprimidos da sociedade brasileira e tem a necessidade de usar esse evento que reúne lideranças e mulheres de todo o país para destacar os problemas reais das mulheres nas aldeias e retomadas, como a falta de direitos básicos e de estrutura fundamental para melhoria de suas vidas e de seus filhos, como atendimento médico, acesso à educação, universidade, acesso a água e transporte, atividades econômicas entre outros itens fundamentais.
Para essas conquistas a organização é fundamental não apenas discursos para fazer propaganda política e eleitoral de políticos e ministros(as), de muita demagogia com a questão dos índios pe de falas vazias contra o ‘preconceito’, ‘violência’, mas que organize a luta das mulheres em todo Brasil, e que essa luta não esteja separada da mulher trabalhadora da cidade e do campo.



