Partido da Causa Operária

Plenária estadual lança campanha de filiações do PCO

Plenária teve início com a fala de João Pimenta, da Executiva Nacional do Partido, que detalhou o processo de cassação do PCO

Neste sábado (2), o Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) foi palco da Plenária Estadual do Partido da Causa Operária (PCO), marcando o lançamento de uma intensa campanha de defesa do Partido. O evento, que será replicado em outras capitais do país, buscou mobilizar militantes e simpatizantes em um momento que o Partido classifica como decisivo para a política brasileira.

A plenária teve início com a fala de João Pimenta, da Executiva Nacional do Partido, que detalhou o processo de cassação do PCO, descrevendo-o como uma perseguição sistemática orquestrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele relembrou o bloqueio das redes sociais do partido em 2022 e a “sabotagem descarada” nas eleições, com atrasos no financiamento eleitoral, culminando na liberação de verbas a apenas nove dias do pleito em 2024.

Pimenta enfatizou que essa perseguição não é um “raio em céu azul”, mas sim um sintoma da crise da burguesia imperialista para controlar o regime, que tem adotado uma postura cada vez mais ditatorial. Ele traçou um histórico desde o golpe contra Dilma Rousseff em 2016, passando pela perseguição a Lula na eleição de 2018, até o que considera o “maior ataque aos direitos democráticos desde a ditadura militar”. Segundo ele, o Brasil se tornou um país onde “contar piada dá cadeia” e o direito de Habeas Corpus está sendo destruído por “prisões provisórias ad infinitum”.

A repressão, na visão do PCO, visa conter a insatisfação generalizada do povo brasileiro com a política do grande capital. Essa repressão não se restringe à esquerda, mas atinge também a direita. Pimenta argumentou que, em um cenário de descontentamento com o regime e com os representantes políticos tradicionais, um partido independente e com alcance como o PCO torna-se “material muito explosivo” para a burguesia, daí a urgência da cassação.

A importância do PCO no cenário político atual foi um ponto central da plenária. João Pimenta e Antônio Carlos Silva, que também compôs a mesa, destacaram que o partido é um problema para a burguesia porque oferece uma “válvula de escape” para a revolta popular que as forças políticas tradicionais não conseguem canalizar.

Antônio Carlos aprofundou a análise do cenário internacional, descrevendo uma etapa de “aguda crise em todo o mundo” e uma “contraofensiva do imperialismo”, exemplificada pelo genocídio na Palestina e pela guerra na Ucrânia, onde o imperialismo estaria disposto a “levar a guerra até o último ucraniano”. Ele denunciou a política golpista que, segundo ele, se espalhou dos países atrasados para os imperialistas, citando o caso de Macron na França e a recompensa oferecida pelos Estados Unidos pela prisão de Maduro.

No entanto, Antônio Carlos ressaltou que, se por um lado há uma ofensiva imperialista, por outro, há “tendências muito importantes de reação dos povos oprimidos”, com destaque para a Resistência Palestina e o desespero do imperialismo diante da derrota militar de Benjamin Netaniahu. Ele criticou veementemente a posição do governo brasileiro em apoiar o reconhecimento do Estado Palestino com a condição de desarmar o Hamas, classificando-a como “política criminosa” e apoio ao desarmamento da Resistência.

O dirigente do PCO mencionou a ascensão de um novo partido de esquerda no Reino Unido, liderado por Jeremy Corbyn, que, em poucos dias, angariou mais de meio milhão de adesões ao defender a luta do povo palestino, como um sintoma do “deslocamento à esquerda” que, apesar de contido pelas políticas conciliadoras da esquerda tradicional, “existe e se expressa no mundo todo”.

A plenária reforçou a necessidade de um partido de luta, um partido “revolucionário de massas”, e apresentou o PCO como essa ferramenta essencial. Foram destacados a coerência política do partido e seu papel histórico em diversas lutas, como a denúncia do golpe contra Dilma, a defesa de Lula contra a prisão (mesmo quando setores do PT não o faziam), e a oposição ao governo Bolsonaro. Antônio Carlos enfatizou a defesa intransigente dos direitos democráticos, argumentando que a defesa de bolsonaristas presos é a defesa de todos os cidadãos comuns.

A plenária culminou com o lançamento oficial da campanha por 5 mil novas filiações e a arrecadação de fundos para sustentar a luta do partido. Parte significativa das novas filiações deve ocorrer em São Paulo, o centro político do país.

Antônio Carlos explicou que a “melhor defesa é o ataque”, e que a campanha de filiação é a forma de responder à perseguição. Ele destacou o amplo apoio político e a audiência crescente da Causa Operária TV, cujos programas alcançam dezenas e até centenas de milhares de visualizações, mostrando um público favorável e interessado nas posições do PCO.

A campanha envolverá a reformulação e distribuição semanal de mais de 50 mil exemplares da Gazeta Operária em São Paulo, como um jornal gratuito para convocar, defender as reivindicações dos trabalhadores e impulsionar a filiação. As ações se estenderão a bairros e locais de trabalho, com um chamado amplo a trabalhadores e jovens, inclusive àqueles de outros partidos que queiram colaborar.

A plenária encerrou com as falas de Charles Gentil, presidente do PT do Centro, e Henrique Áreas, que reforçaram a necessidade do PCO. Charles, apesar de suas diferenças partidárias, expressou “repulsa” e “nojo” à tentativa de cassar o PCO, reconhecendo seu papel fundamental na defesa de Lula e dos palestinos, e defendendo que todos os partidos de esquerda devem se empenhar em sua defesa. Henrique Áreas ressaltou a coerência do PCO em suas lutas, afirmando que o partido não busca aprovação da imprensa burguesa e que a história tem comprovado suas análises, como a questão do genocídio em Gaza, inicialmente denunciada pelo PCO e agora reconhecida por outros setores.

A mensagem final foi um chamado à ação:

“O Brasil necessita de uma revolução. E para impulsionar essa perspectiva revolucionária, na etapa atual, é preciso fortalecer o Partido da Causa Operária.”

O evento deixou claro o compromisso do PCO em se consolidar como uma alternativa revolucionária para os trabalhadores, em um cenário de crescentes crises e polarização.

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