Nessa sexta-feira (1º), durante o programa Entrevista com Attuch, da TV 247, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), interpretou a notícia de que metade dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não compareceu a um jantar convocado por Lula, que visava demonstrar unidade e solidariedade a Alexandre de Moraes, como um sinal de que “a coisa está feia”. Ele ressaltou que, embora o governo brasileiro afirme não negociar com exigências políticas estrangeiras, as tentativas de negociação com Trump indicam uma situação complicada.
Para Pimenta, a pressão de Trump é “diplomática” e “comercial”, e o Brasil deveria ignorar as ameaças. No entanto, ele ponderou que a burguesia, especialmente o setor da carne, afetado pelas tarifas de Trump, exerce uma pressão interna significativa para um entendimento. Ele criticou a postura de fraqueza do governo brasileiro diante de Trump, que, segundo ele, é uma figura minoritária no cenário político internacional.
A discussão sobre a Lei Magnitsky e seu potencial impacto nas famílias dos ministros do STF gerou debate. Pimenta a classificou como uma “lei imperialista” e “absurda”, sem sentido jurídico, demonstrando como os Estados Unidos se posicionam como o “governo do mundo”.
A prisão de Carla Zambelli em Roma foi outro ponto de pauta, e Pimenta expressou seu ceticismo quanto à eficácia dessa medida. Ele argumentou que “resolver o problema político com prisões” não trará o resultado esperado, mas sim transformará as figuras do bolsonarismo em “injustiçadas”. Para Pimenta, a perseguição judicial é impopular no Brasil, e a esquerda, ao imitar a direita nesse aspecto, demonstra “decadência política”.
Sobre a luta dos palestinos e, Gaza, Rui Pimenta enfatizou que a luta por conquistas importantes envolve sacrifícios e que a responsabilidade pelas vidas perdidas na Palestina é “totalmente dos sionistas”. Pimenta destacou que o Hamas provocou a maior crise que o imperialismo sofreu desde a Segunda Guerra Mundial, explicitando a desmoralização dos governos imperialistas e a crise política mundial. Ele ressaltou que a crise em “Israel”, com suicídios de soldados e a destruição de infraestruturas, somada à crise do imperialismo, cria um cenário explosivo. A emergência do novo partido de Jeremy Corbyn na Inglaterra, que já superou o Partido Trabalhista e o Partido Conservador em número de filiados, foi citada como um “terremoto político” impulsionado, em parte, pela questão de Gaza.
Sobre a situação nacional, o presidente do PCO classificou a sanção de uma lei por Lula que aumenta as penas para furto, roubo e receptação de cabos e equipamentos de serviços essenciais gerou forte crítica de Pimenta. Ele considerou a medida um reflexo da “pressão de algum lobby” e afirmou que o aumento de penas “só serve para piorar a situação da população pobre”. Ele defendeu que o crime é um “sintoma doentil de uma sociedade doente” e que a solução reside em políticas sociais, como emprego, salários decentes e crescimento econômico.
Pimenta concluiu a entrevista alertando que a burguesia busca um candidato que “passe o rolo compressor na economia brasileira e sobre os trabalhadores brasileiros”. Ele enfatizou que a eleição, independentemente do resultado, dificilmente resolverá o problema, e que a burguesia possui “baú cheio de truque sujo” para alcançar seus objetivos.





