Nesta terça-feira (29), cinco palestinos foram assassinados e vários outros ficaram feridos por disparos das forças de ocupação israelenses nas proximidades do Eixo Netzarim, na região central do território, enquanto aguardavam por ajuda humanitária.
Mais cedo no mesmo dia, equipes de emergência e ambulâncias em Gaza confirmaram que três civis foram mortos e mais de 20 feridos quando as forças israelenses abriram fogo perto de um centro de distribuição de ajuda ao norte de Rafá, no sul da Faixa de Gaza.
O Hospital Al-Quds relatou ter recebido oito feridos, incluindo uma criança, todos atingidos por munição real. As vítimas foram transferidas do Cruzamento Nabulsi, ao sudoeste da Cidade de Gaza, onde civis haviam se reunido em fila para receber auxílio e foram atacados.
O Hospital Al-Awda, em Nusseirate, também confirmou o recebimento de um mártir e dez feridos após ataques a pessoas que aguardavam ajuda na Rua Salah al-Din, ao sul da região de Wadi Gaza.
Em Khan Iunis, uma criança foi baleada na cabeça pelas tropas israelenses na área de Bir 19, no bairro de al-Mawasi.
Fontes locais relataram que um veículo aéreo não tripulado (VANT) israelense alvejou por duas vezes o minarete da Mesquita Abu Salim, em Deir al-Balah. O ataque é mais um episódio na ofensiva contínua contra a infraestrutura civil e religiosa em toda a Faixa de Gaza.
De acordo com a Secretaria de Imprensa do Governo em Gaza, 109 caminhões de ajuda humanitária entraram no território na terça-feira, mas a maioria foi saqueada devido ao que o órgão descreveu como “caos sistemático” provocado pelas forças de ocupação israelenses. A Secretaria acusou “Israel” de sabotar deliberadamente os esforços humanitários para privar a população civil de suprimentos essenciais.
Além disso, seis lançamentos aéreos de ajuda foram registrados no dia anterior, dos quais quatro caíram em áreas sob controle da ocupação ou em bairros previamente evacuados. A Secretaria descreveu esses lançamentos como “inúteis e perigosos para civis famintos”, agravando ainda mais os riscos.
Em um alerta contundente divulgado na terça-feira, a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC), organização internacional de monitoramento da fome, afirmou que “o pior cenário de fome está atualmente em curso” em Gaza. A entidade destacou que a desnutrição aguda, as doenças e a extrema escassez de alimentos já atingiram níveis catastróficos em várias áreas, especialmente na Cidade de Gaza.
