Política internacional

Lobby israelense esperneia com saída do Brasil de entidade

OEA critica governo brasileiro por romper com organização que se utiliza do holocausto para acusações de antissemitismo

Apesar da revolta mundial contra o genocídio na Faixa de Gaza, não há sinais de que o governo Lula esteja preparando o rompimento das relações do Brasil com o Estado artificial e assassino de “Israel”. No entanto, sempre que há alguma movimentação do governo brasileiro nesse sentido, a pressão sionista se faz presente.

Diversas declarações do presidente Lula sobre o massacre sionista em Gaza — tendo inclusive comparado a ação israelense ao Holocausto judaico da Segunda Guerra Mundial —, além da recente adesão do Brasil ao processo movido pela África do Sul contra “Israel” na Corte Internacional de Justiça (CIJ), contribuíram para o desgaste nas relações entre o governo brasileiro e os genocidas do Oriente Médio.

Além disso, as tensões entre o país e os sionistas ganharam um novo episódio: a retirada do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), na qual atuava como país observador.

O órgão, criado na década de 1990, se define como uma união entre governos e especialistas para a preservação e pesquisa da memória do Holocausto, bem como para a promoção da educação sobre o tema. Na prática, porém, fica evidente que se trata de uma organização sionista que busca perseguir aqueles que se levantam contra o massacre do povo palestino.

Essa aliança, composta por países imperialistas como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália, é criticada até mesmo por diversas outras associações — inclusive israelenses e de grupos judaicos internacionais — que denunciam o uso político da questão do Holocausto para acusar governos e instituições de antissemitismo. Trata-se de uma prática recorrente em organizações desse tipo.

Em resposta à saída do Brasil da organização, Fernando Lottenberg — ex-presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), notória defensora do sionismo no país, e atual Comissário de Monitoramento e Combate ao Antissemitismo da Organização dos Estados Americanos (OEA) — atacou Lula e o Itamaraty pela decisão.

“A definição de antissemitismo da IHRA representa um importante instrumento que, apesar de não ter valor jurídico vinculante, é adotado por mais de 45 países e 2.000 instituições em todo o mundo para informar, identificar e combater o antissemitismo”, afirmou o comissário. Ele considerou também que o rompimento “é um equívoco em meio à tensão diplomática com Israel”.

Lottenberg ponderou que o Brasil pode ter críticas ao governo israelense em relação à conduta com os palestinos, mas que “esses fatos nada têm a ver com o trabalho de extrema relevância da IHRA”.

Ou seja, para o comissário e para a organização que representa, o Brasil pode até discordar do massacre sionista, mas deve continuar atuando junto a um órgão dominado pelo imperialismo e que justamente serve para defender essa conduta.

Apenas pelas declarações anteriores, o presidente Lula já foi declarado persona non grata em “Israel” — o que levou à retirada do embaixador brasileiro em Telavive, além do impasse em torno da indicação de Gali Dagan para assumir a embaixada israelense em Brasília, nome que não foi aprovado pelo Itamaraty.

O Brasil passou a integrar a IHRA em 2021, ainda durante o mandato de Jair Bolsonaro. Como membro observador, o país tinha a obrigação de participar de reuniões e contribuir anualmente com R$65 mil — algo considerado inadequado para o atual governo.

Para o Ministério das Relações Exteriores do Estado sionista, a decisão brasileira representa uma “falha moral” — uma declaração cínica, vinda de um governo responsável por tamanhas atrocidades.

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