Ásia

Crise entre Tailândia e Camboja deixa 130 mil deslocados

Ambos os países se acusam mutuamente de terem iniciado as hostilidades

Pelo menos 14 pessoas foram mortas na Tailândia e uma no Camboja durante intensos confrontos entre as tropas dos dois países ao longo da fronteira disputada, segundo autoridades locais. Mais de 130 mil civis já deixaram suas casas em busca de segurança, enquanto a troca de artilharia pesada e foguetes prossegue pelo segundo dia consecutivo.

Trata-se do confronto militar mais sangrento entre Tailândia e Camboja em mais de uma década. O primeiro-ministro interino da Tailândia, Phumtham Wechayachai, declarou à imprensa que “a situação se intensificou e pode evoluir para um estado de guerra”.

O premiê cambojano, Hun Manet, afirmou ter apoiado uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo primeiro-ministro da Malásia e presidente da ASEAN, Anwar Ibrahim. No entanto, disse que a Tailândia recuou da proposta após inicialmente aceitá-la, classificando essa mudança como “lamentável” em publicação no Facebook. Segundo ele, “a chave para resolver o atual conflito armado é a real disposição do lado tailandês em aceitar um cessar-fogo”.

O Ministério das Relações Exteriores da Tailândia, por sua vez, respondeu posteriormente que concorda, em princípio, com a proposta, mas que ela precisa se basear em “condições adequadas no terreno”. Afirmou ainda que “as forças cambojanas continuam com ataques indiscriminados em território tailandês, colocando civis em risco”.

O porta-voz da chancelaria tailandesa, Nikorndej Balankura, declarou à emissora catariana Al Jazeera que a Tailândia ainda acredita poder resolver o conflito bilateralmente, mas não descarta mediação de parceiros regionais, caso necessário. Ele acrescentou que, se houver mediação externa, “os países da ASEAN seriam os mais adequados”.

Segundo a Marinha tailandesa, os ataques se espalharam por 12 localidades na fronteira, o dobro do número registrado no dia anterior. O porta-voz militar, contra-almirante Surasant Kongsiri, confirmou o uso continuado de armamento pesado pelas forças cambojanas.

O Ministério da Saúde da Tailândia informou que 13 civis e um soldado morreram no país desde o início dos combates na quinta-feira (24). No Camboja, uma autoridade da província fronteiriça de Oddar Meanchey relatou à Reuters uma morte e cinco feridos por bombardeios tailandeses.

Segundo o jornal Khmer Times, cerca de 20 mil moradores deixaram a província cambojana de Preah Vihear, enquanto as autoridades tailandesas reportaram a evacuação de mais de 138 mil pessoas. O governo tailandês decretou lei marcial em oito distritos e abriu mais de 300 centros de acolhimento.

A Al Jazeera relatou que a fronteira é “muito extensa e porosa”, dificultando o controle do fluxo de refugiados. “Alguns idosos com quem falamos disseram que os combates das últimas 48 horas foram os mais intensos desde os anos 1970, quando o Khmer Vermelho dominava o outro lado da fronteira”, informou o correspondente Tony Cheng.

O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para esta sexta-feira (25) a fim de discutir o conflito. Na quinta-feira, a Tailândia mobilizou um caça F-16 para bombardear alvos em território cambojano, enquanto o Camboja lançou foguetes de longo alcance contra áreas civis do lado tailandês. Ambos os países se acusam mutuamente de terem iniciado as hostilidades.

Os Estados Unidos, aliados históricos da Tailândia, pediram o fim imediato dos combates. A China, aliada do Camboja, expressou “profunda preocupação” e apelou ao diálogo.

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