Nessa quarta-feira (17), a União Europeia adotou o pacote de sanções mais duro contra a Rússia até o momento, ampliando o escopo das restrições para incluir facilitadores estrangeiros e ativos ligados ao governo russo. O novo pacote, anunciado pela chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, por meio de uma série de publicações na plataforma X, representa uma escalada significativa na estratégia de sanções do bloco — tanto em alcance quanto em rigor.
No centro das novas medidas, está uma ofensiva contra a chamada “frota sombria” da Rússia, uma rede de navios usada para driblar as sanções ao petróleo e ocultar a origem do petróleo bruto russo. A União Europeia adicionou 105 embarcações à sua lista negra, marcando uma das maiores expansões em um único dia das restrições marítimas desde o início da guerra da Ucrânia.
A União Europeia também reduziu o teto de preços para exportações de petróleo russo, com o objetivo de afetar diretamente o caixa de guerra da Rússia. O pacote também oficializa a proibição dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, anteriormente suspensos, mas não legalmente bloqueados.
A nova estratégia do imperialismo europeu deixa de mirar apenas entidades russas. Pela primeira vez, inclui sanções contra todo um registro estrangeiro de bandeiras navais usado por embarcações russas, além da maior refinaria da Rosneft na Índia — um passo que indica a disposição crescente do imperialismo em penalizar intermediários internacionais que auxiliem a Rússia a escapar das restrições.
Instituições financeiras chinesas acusadas de fornecer financiamento indireto, bem como fornecedores de tecnologia que supostamente fornecem componentes para veículos aéreos não tripulados (VANTs) russos, também foram incluídos no novo pacote.
As sanções vão além dos alvos econômicos e agora também atingem indivíduos e entidades envolvidos na suposta transferência de crianças ucranianas para a Rússia.
Na terça-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, afirmou que a Rússia vê com maus olhos a assistência militar contínua da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) à Ucrânia, interpretando-a como um sinal claro de que o imperialismo não tem qualquer compromisso real com soluções pacíficas.





