Nesta quarta-feira (16), o primeiro-ministro do Reino Unido, e chefe do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer, suspendeu quatro parlamentares do partido, sob o pretexto de “repetidas violações da disciplina partidária”.
Contudo, os parlamentares Brian Leishman, Chris Hinchliff, Neil Duncan-Jordan e Rachael Maskell foram suspenso por terem votado contra reformas neoliberais propostas pelo governo do Partido Trabalhista sob a liderança de Keir Starmer.
Conforme noticiado na imprensa britânica, essas reformas incluem cortes nos benefícios de incapacidade, especificamente alterações nas regras de elegibilidade para restringir acesso de beneficiários com deficiências relativas ou variáveis. Além disso, preveem congelar ou reduzir o pagamento extra relacionado à saúde no Universal Credit, um benefício social do Reino Unido que substitui vários auxílios anteriores. Para pessoas com problemas de saúde ou deficiência, ele inclui um valor adicional — chamado de health element (componente de saúde).
Além da suspensão da filiação dos quatro deputados, as reformas também receberam a oposição de 47 parlamentares trabalhistas, que votaram contra o projeto de reforma, aprofundado crise já existente no Partido Trabalhista
Novo partido de esquerda se fortalece
Paralelamente a isto, pesquisa de intenção de votos revelou crescimento de um novo partido de esquerda.
A pesquisa foi conduzida pelo instituto Find Out Now, para a emissora LBC News. Nela, foram ouvidas 650 pessoas e, desse total, 15% afirmaram que votariam pelo novo partido de Corbyn, em eventual eleição ao Parlamento do Reino Unido. Foi o mesmo percentual de intenção de votos do Partido Trabalhista.
Este novo partido, que se coloca à esquerda do Partido Trabalhista, foi fundado pelo ex-líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn e pela ex-trabalhista Zarah Sultana.
A criação do novo partido de esquerda foi anunciada neste mês de julho e foi precedida pela criação, por Corbyn, do grupo parlamentar Independent Alliance em 2 de setembro de 2024, com quatro parlamentares independentes pró-Gaza.
Destaca-se que Jeremy Corbyn foi suspenso do Partido Trabalhista em 29 de outubro de 2020. A suspensão ocorreu após um relatório da Equality and Human Rights Commission (EHRC) revelar que o partido, sob sua liderança (2015–2020), teria sido responsável por antissemitismo, sendo que, na realidade, foi expulso por sua posição em defesa da Palestina: Corbyn é há décadas um crítico do governo de Israel, bem como membro de grupo contra às guerras do imperialismo contra o Oriente Médio, e sempre apoiou sanções contra “Israel”, inclusive promovendo o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).
Em outras palavras, sua suspensão foi causada pelo sionismo, e foi precedida por campanha de calúnias de que Corbyn seria antissemita. Após ter sido expulso do Partido Trabalhista em 2024, ele foi reeleito membro do parlamento como independente.
Enquanto se aprofunda a crise do Partido Trabalhista por sua política neoliberal e seu apoio a “Israel”, a extrema-esquerda, manifestada no novo partido de Corbyn, cresce, justamente por se afastar da política imperialista, seja a do apoio ao sionismo, seja a da destruição econômica neoliberal.





